País vivia ‘de bico’ antes de Lula, afirma Dilma

Candidata do PT lembra geração de empregos nos últimos oito anos e compara aos elevados índices de desemprego do governo FHC

Dilma Roussef cumprimenta trabalhadoras de seis centrais sindicais, em São Paulo (Foto: Roberto Stuckert Filho)

São Paulo – A candidata governista à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), reforçou nesta terça-feira (17) as conquistas sociais do governo Lula e fez comparações críticas com os antecessores. Segundo ela, os trabalhadores brasileiros viviam de “bico” durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em função das elevadas taxas de desemprego.

Ao lembrar que 14 milhões de postos de trabalho foram gerados ao longo de oito anos de governo Lula – se confirmadas as projeções para 2010 – Dilma foi ao ataque contra seu principal adversário, José Serra (PSDB). “O país vivia de bico. Se tem uma categoria que sabe o que significa o desemprego são os trabalhadores, que ‘curtiram’ desemprego pesado na época que nos antecedeu, no governo FHC.”

Durante o evento “Mulheres Trabalhadoras com Dilma Presidenta”, organizado pelas cinco centrais sindicais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho, a ex-ministra da Casa Civil confirmou , como já havia feito à Rede Brasil Atual, a promessa de manter a política de valorização do salário mínimo. Para a petista, trata-se de uma das explicações do bom desempenho da economia brasileira nos últimos anos, ao lado das políticas sociais de distribuição de renda.

“Resolvemos todos os problemas? De jeito nenhum. Mas mostramos que sabemos fazer. Podem falar o que quiser, o povo não é bobo”, declarou. Ela mencionou os índices de aprovação da gestão atual em comparação com o governo do PSDB. “Podem fazer a teoria que quiserem, as pessoas sabem quando sua vida melhorou”, comemorou.

Antes da candidata, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, lembrou a criminalização dos sindicatos e dos movimentos sociais na década de 1990. “Essa agenda da década de 90 tem nome, tem RG. Temos o compromisso de resistir à volta dessa agenda. Não ao PSDB, não aos tucanos, não ao DEM”, disparou.

O ato lotou o salão da Casa de Portugal, no centro da capital paulista, com bandeiras das diversas centrais sindicais, do PT e da candidata. A plateia entoou palavras de ordem por diversas vezes, incluindo “Brasil pra frente / Dilma presidente”. O cenário do palco era formado por um grande painel com uma foto da ex-ministra ao lado de Lula.

Sem porrete

Dilma reiterou aos trabalhadores que o presidente rompeu com a máxima de que era impossível reajustar o salário mínimo sem gerar inflação. Questionada por jornalistas sobre como será a negociação com os trabalhadores, ela fez novas críticas indiretas a Serra.

Em sua gestão como governador de São Paulo, o tucano entrou em conflito com organizações sindicais, muitas vezes reprimidas pela Polícia Militar. “Não é de graça que as centrais nos apoiam, não trabalhamos na base do porrete nem do não diálogo. Nós dialogamos, a gente não tem medo de reivindicação. O diálogo é nosso método de conversa”, propôs.

As representantes das centrais sindicais entregaram à candidata a Agenda da Classe Trabalhadora, conjunto de propostas aprovadas pelos trabalhadores em evento no mês de junho em São Paulo. A agenda reúne os pontos considerados prioritários para os próximos quatro anos.