Nicolelis: ‘Crime contra a liberdade de expressão’
Um dos cientistas mais importantes do mundo diz que não lê mais Estadão nem a Folha e os chama de “democratas de meia tigela”
Publicado 19/10/2010 - 19h00
São Paulo – “Um absurdo. Um crime contra a liberdade de expressão. É inconstitucional.” Esta é a opinião de Miguel Nicolelis sobre a censura à Revista do Brasil. Um dos cientistas mais importantes do mundo na atualidade, o neurocientista brasileiro, professor e diretor de um centro de pesquisas na universidade americana de Duke, na Carolina do Norte, se diz indignado com a liberdade de expressão que não vale para todos e não poupa críticas à conduta ética dos “grandes” jornais na abordagem jornalística.
“Como podem esses democratas de meia tigela, que reclamam estar sob censura, demitir uma articulista (a psicanalista Maria Rita Khel) por expressar a própria opinião num artigo assinado?”, questiona, emendando: “Embora eu tenha sido alfabetizado lendo a Folha (de S.Paulo), não a leio mais e praticamente não falo com gente de lá”, afirma.
Nicolelis declarou publicamente seu apoio à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República e esteve no lançamento de seu programa para a ciência. Segundo ele, a continuidade da política do presidente Lula para o setor é de extrema importância para o desenvolvimento do país.
“A ciência no Brasil deu importantes passos no governo Lula. O mais importante deles é passar a fazer parte do plano da política nacional, o que envolve ações como a criação de institutos nacionais de ciência e tecnologia”, destaca. Pela primeira vez, segundo o neurocientista, estão sendo criados centros científicos cuja filosofia está baseada no conceito de ciência como agente de inclusão e transformação social.
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