Marina Silva defende reforma tributária, mas reconhece que não será fácil

“As pessoas assumem o compromisso com a reforma, mas depois que ganham fazem a reforma do compromisso”, ironizou Marina (Foto: José Paulo Lacerda/CNI Divulgação) São Paulo – Em sabatina organizada […]

“As pessoas assumem o compromisso com a reforma, mas depois que ganham fazem a reforma do compromisso”, ironizou Marina (Foto: José Paulo Lacerda/CNI Divulgação)

São Paulo – Em sabatina organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta terça-feira (25), em Brasília, a pré-candidata do PV à Presidência da República, a senadora licenciada Marina Silva se comprometeu a realizar uma reforma tributária no país, caso seja eleita. Ela ainda posicionou-se contrariamente à construção da BR-119, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM).

Ela lembrou que essa foi a sua posição quando era ministra do Meio Ambiente do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que vai mantê-la agora como candidata. “O problema são os 400 quilômetros de floresta viva que não terão atividade produtiva. Será um fio negro no meio da floresta”, disse a pré-candidata.

Marina não acredita na viabilidade econômica da estrada para a região. “Se é para ir de carro, é melhor subsidiar passagens de avião”, assinalou. De acordo com a pré-candidata, o consórcio privado desistiu do empreendimento e a obra não entrou no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Economia sem aventuras

Marina assegurou que, caso seja eleita, não será adepta de aventuras na economia. A candidata do PV disse que não promoverá mudanças no câmbio e na política fiscal e respeitará a autonomia do Banco Central. No entanto, defendeu o emprego de mecanismos alternativos ao aumento dos juros para conter a inflação. Entre eles, destacou a redução do gasto público.

“Em política econômica não defendemos aventura, não podemos abrir mão da estabilidade econômica conquistada nos últimos 16 anos. A autonomia do Banco Central pode continuar sem institucionalização. Manter o câmbio flutuante também é fundamental. É preciso pensar que o que fez o Brasil atravessar a crise foram o câmbio e as reservas. Também vamos dar continuidade às políticas de controle da inflação, que hoje é feita apenas com controle de juros e não com redução do gasto público”, enfatizou.

Assim como Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), pré-candidatos sabatinados antes dela, a postulante do PV ao Palácio do Planalto também defendeu mudanças no sistema de cobrança de impostos. “(Tenho) o compromisso, sim, de que podemos fazer uma reforma tributária, mas não com falsas expectativas”, ponderou.

“Não é fácil, se fosse fácil já teriam feito. Faz 16 anos que esta questão entrou na agenda como sendo importante e estratégica. Compromisso em cima de compromissos sendo assumidos. As pessoas assumem o compromisso com a reforma, mas depois que ganham fazem a reforma do compromisso”, ironizou.

Com informações da Agência Brasil