Caciques do PV se posicionam 11 dias antes de convenção

Seja pró-Serra, seja pró-Dilma, seja defendendo neutralidade, expoentes da legenda apontam divisões no cenário interno da legenda

São Paulo – Líderes do Partido Verde (PV), da ex-candidata à Presidência da República Marina Silva, já se posicionam no segundo turno. A definição sobre para que lado a legenda vai pender só deve sair no dia 17, quando ocorre uma convenção partidária. Alguns dos caciques já fazem campanha para Dilma Rousseff (PT) e outros para José Serra (PSDB).

Nesta quarta-feira (6), após uma reunião da coordenação de campanha dos verdes, o vice na chapa de Marina, Guilherme Leal, prometeu manter-se afastado da disputa, em uma postura de neutralidade, segundo a Agência Estado.

De malas prontas para sair de férias depois de fazer campanha, Leal qualifica como “absolutamente pouco provável” a adesão a outra candidatura. O empresário que se destacou no comando da indústria de cosméticos Natura vê como um projeto de país – e não de poder – o motivo que o levou a se filiar ao PV e ladear Marina.

Afastado do partido desde março por divergir da candidatura de Marina, Juca Ferreira, ministro da Cultura, já participa da campanha de Dilma. Ele vê grupos dentro do PV favoráveis à candidatura tucana e também à petista, além de neutros.

Fernando Gabeira e José Luiz Penna são os que defendem adesão a Serra. Ambos já se manifestaram nesse sentido, e o deputado federal fluminense, derrotado na eleição ao governo do Rio de Janeiro, teve o nome cotado para assumir a vice da chapa tucana à Presidência. A hipótese foi desmentida por lideranças do DEM, ao qual Indio da Costa é filiado.

Outras lideranças, cujos nomes não foram citados pelo ministro da Cultura em entrevista ao portal Terra, pendem para Dilma, por defenderem uma decisão “mais programática”, relacionada a temas ambientais. Marina Silva declarou, após a reunião da cúpula do PV, que a decisão deveria ser embasada no programa de governo.

“O eleitorado de Marina tem várias motivações”, disse Ferreira. “A programática abarca o maior número de eleitores, que defendem a sustentabilidade e o discurso ambiental. Para outro eleitorado, o importante é a questão ética, a fragilidade da maneira como a política é feita no Brasil. Há também o da questão de identidade religiosa. São segmentos nitidamente diferentes e que estão se encaminhando para engajamentos distintos”, analisa o ministro da Cultura.

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