Críticas de Aécio à inflação pautam discurso político do 1º de Maio em São Paulo

Gilberto Carvalho rebate e cobra responsabilidade: 'O governo vem de cara limpa falar com os trabalhadores'; Fernando Haddad pede comparação entre Lula-Dilma e FHC e diz não entender discurso da oposição

Haddad afirmou que antecipar a campanha eleitoral é ruim para o Brasil (Foto: Rubens Cavallari/Folhapress)

São Paulo – Ecoadas por parte da imprensa, as críticas do senador Aécio Neves (PSDB-MG) a um suposto descontrole inflacionário do governo federal pautou os discursos de 1º de Maio em São Paulo. O tucano, favorito dentro de seu partido para disputar a presidência com Dilma Rousseff (PT) em 2014, compareceu às comemorações da Força Sindical e de outras centrais na zona norte da capital, no início da tarde, e afirmou em seu discurso que o “fantasma da inflação” voltou a assombrar a mesa dos trabalhadores brasileiros.

As declarações motivaram pronta resposta dos ministros da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e do Trabalho, Manoel Dias, também presentes no evento. Os ataques de Aécio chegaram até o centro de São Paulo, onde a CUT festejou o Dia do Trabalho com a presença de aproximadamente 100 mil pessoas, repercutindo no discurso das autoridades.

“Não vamos permitir que se passe a ideia de que nós estamos numa crise. Não é verdade”, reagiu Gilberto Carvalho. “O governo vem de cara limpa falar com os trabalhadores. Não temos vergonha do diálogo com as centrais. Pelo contrário. O 1º de Maio pode ser uma festa do Brasil, diferentemente da Europa, onde o desemprego está a 12% – e mais de 40% entre os jovens. Isso é para se comemorar. Nosso país é uma ilha em meio a uma crise generalizada pelo mundo.”

Contudo, o ministro da Secretaria Geral da Presidência ponderou que falar mal do governo é papel da oposição. “Só acho que devemos ter muita seriedade quando falamos de economia”, cutucou. “O que importa para a presidenta Dilma é a sequência de trabalho que tem ela vem desempenhando na condução da economia, nem dourando a pílula, nem vendendo fantasias, mas trabalhando os fundamentos.”

Presente às comemorações da CUT, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também comentou os ataques de Aécio Neves, cujas declarações considerou contraditórias. “Nossos indicadores são muito melhores do que os deles”, afirmou, comparando os governos de Lula e Dilma com a gestão de Fernando Henrique Cardoso. “Quando você olha os indicadores sociais –aumento do salário real, melhoria das condições de vida do trabalhador, taxa de desemprego – tudo é melhor agora do que era quando eles governaram.”

Para Haddad, que comandou o Ministério da Educação nas duas administrações petistas, essa falta de coerência nos ataques do PSDB dificulta o entendimento da população. “Fica difícil compreender o que há de novo nesse discurso”, pontuou, destacando que tudo se resume a uma tentativa de antecipar a campanha eleitoral. “Isso não é bom pro Brasil. Em 2013 ainda temos que trabalhar muito. Campanha é bom fazer durante o horário eleitoral. Vamos olhar pra nossa taxa de desemprego. É das menores do mundo, motivo de celebração.”

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