Lula rebate críticas e afirma que mercado interno e inclusão social salvaram o país

Em comemoração dos 90 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ex-presidente afirmou que BB comprou Nossa Caixa porque Serra não teria competência para manter o banco estadual

Lula afirmou que desde 2003 os trabalhadores puderam conquistar aumentos (Foto: Ricardo Stuckert. Instituto Lula)

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (16) que o mercado interno e a inclusão de milhões de pessoas na classe média foram responsáveis pela estabilidade econômica do país em meio a um ambiente de crise internacional nos últimos anos. Em discurso na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, no centro da capital, Lula elevou o tom de crítica a setores que difundem opiniões favoráveis ao aumento da taxa de juros e dos níveis de desemprego, a pretexto de supostamente combater a inflação.

Pela manhã, durante evento em Nova Lima (MG), a presidenta Dilma Rousseff já havia feito duras críticas aos setores que atacam a forma como o governo faz o gerenciamento da inflação, chamando-os de “pessimismo especializado de plantão”.

Em referência aos 90 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, comemorados hoje, o ex-presidente afirmou que dia de aniversário é dia de refletir “o significado da existência”. Disse que o volume de recursos disponíveis para crédito de todo o sistema financeiro nacional em 2003, seu primeiro ano de governo, era de R$ 380 bilhões. “Hoje, somente o BB tem R$ 600 bilhões para crédito e a Caixa, R$ 414 bilhões”.

E prosseguiu comparando: “Antes os bancários precisavam fazer passeatas porque não eram sequer recebidos para negociar com as direções dos bancos públicos; hoje as passeatas e manifestações são para lutar por uma vida melhor, pois desde 2003 nunca deixaram de ter aumento real”.

Lula aproveitou também para alfinetar o ex-governador José Serra, derrotado por ele em 2002 e por Dilma em 2010 nas eleições presidenciais. “Quando percebemos que o Serra não tinha competência para manter a Nossa Caixa, nós compramos, para não deixar que o banco fosse privatizado.”

“Momento de ouro”

O ex-presidente dirigiu-se à presidenta do Sindicato dos Bancários para dizer que Juvandia Moreira assumiu a entidade “num momento de ouro”. Segundo Lula, até antes dos governos populares, dele próprio e de Dilma Rouasseff, “o Brasil era uma economia capitalista sem capital”.

Em seu discurso, Juvandia comparou a história de construção do sindicato com a da trajetória de Lula e seu governo, “de inclusão social e mudança”. Ela lembrou o período em que a entidade foi presidida por João Vaccari Neto (1998 a 2004), quase todo durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Um momento muito difícil em que sofremos ataques, um período de resistência”. Segundo ela, a gestão anterior à sua, do hoje deputado estadual petista Luiz Cláudio Marcolino (2005 a 2010), representou um período em que o sindicato “cresceu e evoluiu”.

Lula afirmou que a presidenta Dilma precisa visitar o sindicato, porque “os bancários fizeram o mesmo que o povo brasileiro ao eleger Dilma”. Juvandia foi a primeira mulher a ocupar o cargo na entidade. Ela assumiu em maio de 2010 para completar o mandato de Marcolino, que se licenciou para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa. Foi reconduzida ao cargo em eleição realizada em junho de 2011.

Os ex-presidentes do sindicato Gilmar Carneiro, Ricardo Berzoini (atualmente deputado federal pelo PT), João Vaccari Neto e Luiz Cláudio Marcolino (deputado estadual), e os presidentes da CUT nacional, Vágner Freitas, e estadual de São Paulo, Adi dos Santos Lima, entre outros, participaram do evento.

 

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