Bernardo e Haddad articulam internet sem fio gratuita em São Paulo

Ministro das Comunicações se reuniu com prefeito nesta sexta-feira (21) e disse que na próxima semana começam as conversas com representantes das operadoras

São Paulo – O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou hoje (22), após reunião com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que na próxima semana os dois devem iniciar conversas com representantes das operadoras de telefonia e internet para discutir aumento e melhorias na cobertura desses serviços na cidade.

Segundo Bernardo, a proposta é que as empresas melhorem serviços como cobertura de acesso sem fio à internet. Em contrapartida, a prefeitura deve flexibilizar as regras para instalação de antenas na cidade, consideradas restritivas atualmente, de acordo com o ministro, que acrescentou que o objetivo da revisão proposta por Haddad é ampliar o acesso à rede, dentro do conceito de interesse social.

Questionado sobre estimativa de custos, Bernardo disse que a prefeitura não prevê gastos. “Na verdade, pelo que eu entendi, o prefeito não está querendo gastar nada, está querendo que as empresas ofereçam contrapartidas ao município. É possível que, na negociação, acabe ficando alguma despesa para a prefeitura, mas, pelo que eu percebi, ele não está querendo enfiar a mão no bolso.” Haddad não falou com a imprensa após o encontro dos dois.

Bernardo disse que é perfeitamente possível casar uma coisa com a outra. “A prefeitura quer fazer uma troca legítima no interesse público e liberar a construção de infraestrutura pelas operadoras e reservar uma parte desta infraestrutura para uso de políticas públicas”, disse.

Bernardo afirmou também que há em tramitação no Congresso um projeto que institui lei federal para a instalação de antenas, mas que esta lei não resolve todo o problema porque os municípios têm autonomia para decidir sobre seus planos diretores, o que obriga a uma interação entre os governos federal e municipais. “Por outro lado, já temos mais de 67 milhões de dispositivos móveis (celular, tablet e notebook, por exemplo) e a expectativa é termos 130 milhões em 2014. As pessoas querem ficar navegando na internet no ônibus, na praça, em qualquer lugar, e nós precisamos ter qualidade no serviço”, disse.

Segundo o ministro, ainda não há uma estimativa sobre quantas novas antenas são necessárias para a implantação de uma cobertura 4G de internet em São Paulo. Nas 12 cidades onde serão realizados jogos da Copa do Mundo o número de novas antenas chega a 9 mil. Como São Paulo é muito maior que as outras, afirma o ministro, a necessidade deve ser, também, muito maior.

De acordo com ele, a implantação de uma rede cobertura sem fio é fácil, mas requer infraestrutura no fornecimento do sinal para garantir qualidade. “É igual instalar uma torneira, só é preciso ter água para sair”, comparou.

Bernardo também disse que espera uma melhora nos serviços de transmissão de dados por parte das empresas no país. Segundo ele, apesar de São Paulo não estar entre as cidades que têm prazo até abril para implementar serviços com tecnologia 4G, porque não faz parte dos locais com disputa de jogos da Copa da Confederações, nada impede que as empresas comecem a oferecer o serviço. 

“Curitiba também não faz parte das cidades que terão jogos da Copa das Confederações e já tem 4G”, lembrou o ministro. Segundo ele, pelo tamanho do mercado paulistano, é bem provável que as operadoras se antecipem.