Visita de Dilma a São Paulo reforça articulação entre União, estado e município

Viagem da presidenta servirá para parcerias por Centro Paralímpico com Geraldo Alckmin e por habitação, universidade e ambulâncias com Fernando Haddad

No primeiro momento da passagem pela capital, Dilma visitará Alckmin no Palácio dos Bandeirantes (Foto: Jorge Araújo/Folhapress)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff estará em São Paulo amanhã (25) e aproveitará as comemorações pelos 459 anos da cidade para mostrar que tinham fundamento as promessas de parceria entre governo federal e prefeitura após a eleição de Fernando Haddad (PT) para chefiar o Executivo municipal. No entanto, os projetos que serão assinados ou entregues durante o aniversário de São Paulo – com valor total de ao menos R$ 136 milhões apenas em verbas da União – nasceram nas gestões passadas. E terão participação do governo do estado.

A visita de Dilma terá dois momentos. Às 14h, a presidenta se dirige ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para assinar os termos de cooperação para a construção do Centro Paralímpico Nacional. O complexo desportivo voltado às pessoas com deficiência física será instalado na região do Ipiranga, zona sul da capital, nas proximidades do Centro de Exposição Imigrantes. Para que as obras comecem, o Ministério do Esporte vai desembolsar R$ 110 milhões. Outros R$ 30 milhões, além do terreno de 140 mil metros quadrados, serão aportados pelo governo do estado. Até o fim da construção, a União deverá destinar ao projeto mais R$ 170 milhões. A expectativa é que o Centro Paralímpico comece a operar plenamente em 2015, às vésperas das Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Cerca de 3.500 paradeportistas serão atendidos simultaneamente.

“Será um dos quatro complexos com esse nível de tecnologia e performance em todo o mundo”, contextualiza a médica Linamara Battistella, secretária de estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, informando que os demais centros estão localizados na China, Ucrânia e Coreia do Sul. “Depois de implementar um centro paralímpico, os chineses melhoraram em 400% seu desempenho e suas medalhas nas Paralimpíadas.”

As novas instalações também tentarão atender às expectativas do governo federal por melhores resultados nos Jogos do Rio-2016 – em Londres-2012, os atletas paralímpicos brasileiros conseguiram colocar o país na sétima posição do quadro de medalhas. “Estamos trabalhando com o Comitê Paralímpico Brasileiro para conquistar pelo menos o quinto lugar no Rio de Janeiro”, explica Ricardo Laser, secretário de Esportes de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.

Laser conta que encontrou no estado “programas consolidados” no que diz respeito às pessoas com deficiência, além do destaque obtido pelos atletas paulistas nas últimas Paralimpíadas –  se fosse um país, São Paulo acabaria as competições em oitavo lugar no quadro de medalhas de Londres-2012. “A instalação do centro aqui dialoga com uma base real de desenvolvimento do esporte paralímpico no estado.” O secretário do Ministério do Esporte destaca, porém, que outros 21 complexos esportivos serão espalhados pelo país até 2016.

Zona leste

O segundo momento da visita de Dilma Rousseff aos paulistanos está marcada para as 16h, na zona leste. Na região de Cidade Líder, a presidenta entregará 300 unidades habitacionais viabilizadas pelo Minha Casa, Minha Vida. As residências beneficiarão 1,2 mil pessoas da faixa de renda mais baixa atendida pelo programa – até R$ 1,6 mil mensais. Os 15 blocos de apartamentos, localizados na avenida Itaquera, demandaram investimentos federais da ordem de R$ 15,8 milhões. Com os 300 novos apartamentos, o MCMV completará 1.015 unidades entregues na cidade de São Paulo para as famílias de baixa renda.

Na mesma oportunidade, Dilma participará da estreia de 84 novas ambulâncias do Serviço Ambulatorial Médico de Urgência (Samu), que atendem pelo número 192. De acordo com José Eduardo Fogolin, coordenador nacional de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, os novos veículos fazem parte do programa de renovação de frota e não aumentarão o número de ambulâncias do Samu que operam em São Paulo. “Entre 2004 e 2012, o governo federal já entregou 294 ambulâncias e componentes móveis para a capital paulista, como motolâncias”, informa. “Estruturar o município com essas unidades traz qualidade ao acesso aos serviços de saúde.”

Finalmente, a presidenta assistirá a entrega dos terrenos municipais onde futuramente funcionará o campus da Universidade Federal da Zona Leste, uma das promessas de campanha de Fernando Haddad nas últimas eleições. “A cerimônia de amanhã coroa um projeto que o prefeito começou como ministro da Educação, que é a instalação do campus leste da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp)”, argumentou Nunzio Briguglio, titular da Secretaria municipal de Comunicação, reconhecendo a demora do projeto em sair do papel. “A área para o campus do Instituto Federal em Pirituba, na avenida Mutinga, também vai ser entregue ao Ministério da Educação amanhã.”

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