Pochmann também aposta em renovação, mas ainda não define futuro político

Candidato do PT derrotado nas eleições de Campinas endossa pensamento do ex-presidente Lula

Pochmann passou de 1% nas pesquisas iniciais para 42,31% dos votos na eleição de domingo (Foto: Marcio Pochmann/Facebook)

São Paulo – Uma das novidades da campanha eleitoral deste ano, o economista Marcio Pochmann endossa a visão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a necessidade de surgimento de outros nomes no PT e mesmo na política brasileira. A maior parte dos líderes atuais, argumenta, se formou em outro contexto político e econômico, vinda da ditadura e de um país com inflação alta. “O Brasil hoje é a sexta economia mundial, tem outra presença internacional”, observa Pochmann, que disputou a prefeitura de Campinas, no interior de São Paulo, e nos dois últimos dias tem passado pelos mesmos locais que percorreu durante a campanha, desta vez para agradecer pelos votos. O seu futuro político ainda está indefinido.

No primeiro turno, Pochmann recebeu 28,56% dos votos válidos, ante 47,6% dados a Jonas Donizette, do PSB. No segundo, ele ganhou quase 14 pontos e saltou para 42,31%, enquanto Jonas teve dez a mais e terminou com 57,69%. “Crescemos muito mais. Mas o tempo não permitiu que pudéssemos crescer mais ainda”, comenta. O candidato do PT lembra que, no início da disputa, o adversário chegou a aparecer com 79% das intenções de voto e ele com apenas 1%. Por isso, chegou a haver um debate interno sobre a conveniência de ir adiante com a candidatura.

Ele também se queixa de ataques que considera “muito sórdidos” durante a campanha, que atingiram não só a ele, como o chamado mensalão. “Todos os candidato do PT na última semana perderam intenções de voto. O tema acabou impactando de alguma maneira”, avalia. Na questão local, Pochmann acredita que o PT sofreu com os desgastes das últimas gestões na prefeitura de Campinas. O prefeito anterior, Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), perdeu o mandato, e seu vice, Demétrio Vilagra (PT), teve o mesmo destino pouco tempo depois.

Após o processo eleitoral, Pochmann espera que Campinas encerre o período de turbulência política. “Tivemos a preocupação de fazer uma campanha programática. Houve uma renovação do PT. Tudo isso estabeleceu um patrimônio novo para o partido”, avalia.

Sobre seus próximos passos, ele diz que, por enquanto, a única coisa certa é o retorno à atividade acadêmica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na rotineira bolsa de apostas pós-eleição, ele é citado como possível nome no secretariado de Fernando Haddad em São Paulo. Também se fala na necessidade de permanecer em Campinas para consolidar o processo de reestruturação do partido. Pochmann disse que ainda conversará com Lula e outros líderes petistas no estado. “Não tem nada fechado em relação a isso. Vai haver uma conversa política.”

 

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