Haddad alerta para mentiras na reta final da campanha em São Paulo

Durante comício em ginásio lotado, o candidato do PT, o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff pedem à militância que evite o clima de 'já ganhou'

O candidato Fernando Haddad discursa no Ginásio da Portuguesa (Foto: Paulo Pinto/Divulgação)

São Paulo – As mais importantes lideranças do Partido dos Trabalhadores marcaram presença no comício de campanha do candidato à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad, realizado no ginásio da Portuguesa de Desportos (zona norte) na noite de ontem (20).

Diante de um ginásio lotado de militantes e apoiadores, o tom dos discursos da presidenta Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra da Cultura Marta Suplicy e do próprio candidato, entre outros, foi o de que a eleição ainda não está ganha, apesar das pesquisas indicarem vantagem de 20 pontos percentuais ao petista contra o adversário José Serra (PSDB) na reta final do segundo turno.

“Temos chances concretas de ganhar a eleição. Só não podemos cometer um erro, que é o erro de achar que a eleição está ganha uma semana antes”, discursou Haddad. “Porque agora temos um adversário que entra em campo na última semana. É a mentira”, afirmou, em alusão ao estilo agressivo de Serra. Ele pediu à militância um esforço “de casa a casa, de parente a parente, para não deixar a mentira corroer o trabalho que fazemos desde janeiro”. 

Lula lembra 1985

O ex-presidente Lula bateu na mesma tecla e mencionou a eleição municipal de 1985. Referindo-se ao então candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso, lembrou que naquele ano ele “sentou na cadeira de prefeito antes de ganhar as eleições. Sentou na cadeira, tirou foto e no dia em que abriram as urnas o prefeito era o Jânio [Quadros].”

Lula lembrou que no início da campanha Haddad era considerado um candidato com poucas chances de vencer o pleito. “No conceito dos adversários, ele era apenas um poste. Mas eles esqueceram que o transformador pra fazer esse poste iluminar São Paulo é o povo da cidade de São Paulo”, disse o ex-presidente.

A presidenta Dilma Rousseff também falou do baixo nível da campanha tucana. “Os argumentos que foram usados contra mim são muito parecidos com os que estão sendo usados, sorrateiramente às vezes, contra o Fernando Haddad”, declarou. “Primeiro disseram que eu era um poste. Depois que eu não tinha competência para governar. Usaram todos os argumentos contra mim. A mesma campanha de baixo nível que fizeram contra mim, fizeram contra o Haddad.”

Sede de poder

Contundente, Lula não poupou críticas a Serra. “Ele jurava amor ao povo da Mooca, jurava amor ao povo de São Paulo. Mas não esperou a primeira enchente e caiu fora pra ser candidato a governador”, atacou. “Ele tem uma sede de poder inigualável. Voltar a querer ser prefeito de São Paulo é achar que o povo é tonto”, disse Lula, sob intensa ovação do público presente no ginásio da Portuguesa. “As pessoas precisam criar vergonha e cumprir o mandato para o qual foram eleitas”, falou também.

A ex-prefeita e ministra da Cultura, Marta Suplicy fez um discurso vibrante e disse que, se Haddad for eleito, o governo federal e a prefeitura de São Paulo vão democratizar a cultura na cidade. “Vamos levar a cultura à periferia”, disse Marta.

Os peemedebistas Michel Temer (vice-presidente da República) e Gabriel Chalita, candidato do PMDB, partido que na semana passada anunciou apoio a Haddad, participaram do comício petista.  “É muito bom estar nessa campanha. É muito bom estar com o presidente Lula. É muito bom estar com essas pessoas que têm sensibilidade social”, discursou Chalita.

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