Haddad afirma que é preciso levar São Paulo à ‘era de Lula e Dilma’

Candidato do PT afirma que Russomanno deveria 'ter a humildade' de admitir que errou ao propor mudança no Bilhete Único; na zona leste, Lula lembra abertura da Copa e mudança de perspectiva

Haddad prometeu colaborar para abrir uma nova unidade da Unifesp na capital (Foto: Paulo Pinto. Campanha Haddad)

São Paulo – O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (28) durante comício em São Miguel Paulista, na zona leste, que é preciso trazer à cidade “a era do Lula e da Dilma”. No quinto comício de uma série de sete que se encerra na segunda, Haddad ocupou menos tempo com críticas aos principais adversários, José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB), mas deixou claras as maiores divergências com cada um.

A respeito do tucano, Haddad lembrou que a rusga política, da qual o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), foi herdeiro, impediu que a cidade recebesse os recursos do governo federal, maiores depois das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Lula combinou com o Kassab de trazer uma universidade federal. Há três anos esperamos o terreno ser desapropriado pela prefeitura. Quando for prefeito, vamos desapropriar este terreno”, exemplificou. “Estamos em uma cidade que poderia estar vivendo a era do Lula e da Dilma. Mas São Paulo foi na contramão com Serra e Kassab.”

Para Haddad, “não tem cabimento” que a maior cidade do mundo apresente indicadores sociais tão preocupantes. Presente ao comício, o sucessor dele no Ministério da Educação, Aloizio Mercadante, garantiu que as gestões Serra-Kassab dispensaram recursos federais para a construção de 172 creches, que resultariam na abertura de 35 mil vagas. “Isso porque temos gente que não entende que campanha, quando acabou, acabou”, afirmou. “Para que o governo Dilma possa trabalhar com a prefeitura de São Paulo temos só um caminho, que é eleger Fernando Haddad no segundo turno. Depende de vocês.”

Durante o discurso, o candidato do PT voltou a abordar uma questão frequentemente utilizada em sua propaganda no rádio e na televisão: a proposta de Celso Russomanno de cobrar passagem de ônibus mais cara de quem utiliza o transporte público por mais quilômetros. “Esta ideia do Russomanno está totalmente errada”, disse. “A hora que o empresário for contratar, vai dar preferência para quem mora perto ou quem mora longe? É justo? Não tem sentido. Ele deveria ter a humildade de reconhecer o erro.”

Avanços

“Estou aqui para dizer a vocês que a gente não tem o direito de errar nas eleições”, avisou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à plateia. Ele enumerou aquilo que vê como uma série de melhorias que promoveu na vida dos brasileiros durante seus dois mandatos, como a redução de filas no INSS, o aumento do poder de compra e as oportunidades criadas para o ingresso de pobres nas universidades. “Quem imaginava que algum dia a gente ia trazer a abertura da Copa do Mundo para a zona leste?”, indagou o petista, em referência ao estádio Itaquerão, que está sendo erguido no extremo-leste da cidade e que vai abrigar, além do torneio internacional, as partidas do Corinthians. 

Comício com Dilma

A campanha petista anunciou para segunda-feira, às 17h, a realização de comício com a presença da presidenta da República. Além dela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do evento, que será realizado na Cohab José Bonifácio, na zona leste da cidade

Para Lula, a ex-prefeita Marta Suplicy não foi reeleita em 2004, quando acabou derrotada por Serra, porque ousou priorizar os projetos voltados à população de baixa renda. “Nós queremos continuar governando para os pobres. Não queremos que os pobres continuem pobres. Queremos que os pobres avancem.”

Também presente ao comício, a hoje ministra da Cultura afirmou que Serra “não entende da cidade” e Russomanno não tem plano de governo, questão bastante explorada na última semana pela campanha petista. “Haddad é o único que tem plano de governo com começo, meio e fim”, afirmou, acrescentando que o ex-ministro da Educação tem capacidade de trazer à cidade os investimentos federais deixados de lado por Kassab. “Eles não querem nada do governo federal. Nós queremos tudo.”

Haddad somou a esta leitura a de que Serra e o atual prefeito paralisaram os trabalhos iniciados por Marta Suplicy devido a rivalidades políticas, prejudicando a população. Na visão do petista, a simples aplicação daquilo que havia sido planejado na gestão anterior de seu partido seria suficiente para que a cidade se encontrasse em uma situação melhor. 

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