Lewandowski rebate críticas e diz que não se pauta por ‘opinião publicada’

'Tenho certeza de que o Brasil quer um juiz que não tenha medo de pressão de qualquer espécie', afirma revisor do processo do mensalão

Ministro Ricardo Lewandowski, em julgamento da Ação Penal 470, que criticou tentativa de pressão por parte da mídia (Fabio R. Pozzebom/ABr)

Brasília – O revisor da ação penal do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, disse hoje (24) que já esperava críticas ao seu voto de absolvição do deputado federal e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), na primeira divergência com o relator Joaquim Barbosa.

“O juiz não deve ter medo das críticas, porque vota ou julga de acordo com sua consciência e de acordo com as leis. Não pode se pautar pela opinião pública ou a opinião publicada”, declarou durante o intervalo de uma audiência pública do STF que trata do uso do amianto.

“O que eu creio, mais do que isso, é que eu tenho certeza de que o Brasil quer um Judiciário independente, e um juiz que não tenha medo de pressão de qualquer espécie”, completou.

Lewandowski negou um suposto mal-estar com ministro relator, Joaquim Barbosa, pela divergência quanto ao voto.

“Cada juiz tem uma visão muito particular do conjunto de provas que existem no processo. Então este contraponto entre o relator e o revisor ajudará os demais ministros a decidirem”, defendeu. “Nós, que vivemos em ambiente colegiado, nós estamos acostumados a divergir. Nós não levamos nada pessoalmente, nós defendemos teses”.

Com agências