Demóstenes dá explicação à cúpula do DEM, que promete decisão rápida sobre expulsão

Senador trocou 300 chamadas telefônicas com Carlinhos Cachoeira e colocou seu mandato a favor da regularização dos jogos de azar (Foto: José Cruz/ABr) São Paulo – A Executiva Nacional do […]

Senador trocou 300 chamadas telefônicas com Carlinhos Cachoeira e colocou seu mandato a favor da regularização dos jogos de azar (Foto: José Cruz/ABr)

São Paulo – A Executiva Nacional do DEM recebe ainda hoje (2) as explicações do senador Demóstenes Torres (GO) sobre o envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, detido durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal. 

O presidente da sigla, José Agripino Maia (RN), afirmou que será “uma conversa definitiva” com o parlamentar, ameaçado de expulsão depois que ficaram comprovadas, por meio de escutas telefônicas divulgadas por diversos veículos de comunicação, as relações estreitas com Cachoeira. “Temos de ouvir as explicações dele. Não vou antecipar uma conversa que nem tive (com Demóstenes Torres). Seria uma falta de habilidade de minha parte antecipar os rumos de uma conversa que ainda não tive”, disse à Agência Brasil.

Além de trocar 300 chamadas telefônicas com Cachoeira e de receber presentes do contraventor, ligado à exploração de jogos de azar, o senador teria colocado o mandato a serviço de lobby favorável à regularização desta atividade. Frente às notícias, Demóstenes deixou a liderança do DEM no Senado, agora exercida por Agripino Maia.

Após a conversa de hoje, será definida a abertura de processo de expulsão contra o parlamentar. Para o secretário-geral do Democratas, Ônyx Lorenzoni (RS), a situação de Demóstenes é insustentável e “não tem outra alternativa (internamente) que não seja abrir um processo ético” pela Executiva Nacional.

Neste caso, Demóstenes terá oito dias para apresentar sua defesa. O ex-senador Heráclito Fortes (PI) ressaltou que é necessário que se tome uma decisão com “rapidez”, ainda que se preserve o direito de defesa do senador. “Estou perplexo e muita gente também, mas precisamos ouvir o Demóstenes”, disse o ex-parlamentar.

Se confirmada, será a segunda expulsão de um membro graduado do partido envolvido em casos de corrupção nos últimos anos. Em 2010, o então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, deixou a sigla após a comprovação de que comandava o processo de arrecadação ilegal conhecido por “mensalão do DEM”.

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