Ato do ProUni vira resumo da gestão de Haddad, que deixa ministério na terça

Dilma antecipa agradecimentos a ministro e afirma que programa de acesso ao ensino superior dá igualdade de oportunidades a pobres e ricos

Dilma ressaltou que o programa mostra como o governo dela, continuidade da gestão de Lula, está no caminho correto ao combinar distribuição de renda com acesso à educação (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – A cerimônia pela concessão de um milhão de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) em Brasília transformou-se, como esperado, em um ato de resumo da gestão de Fernando Haddad, que deixa o Ministério da Educação nesta terça-feira (24) para se candidatar à prefeitura de São Paulo pelo PT.

“Tivemos sete grandes reformas na educação superior”, lembrou Haddad, em um discurso no qual falou sobre os motivos da ida a Brasília, a chegada ao Ministério da Educação e a ideia de criar o ProUni. “Acho que em 2004 não li um único artigo defendendo o ProUni nos jornais. Nenhum editorial, nenhum artigo de opinião, absolutamente nada. É que nem o Enem hoje: apanha todo santo dia”, afirmou, em referência ao Exame Nacional do Ensimo Médio (Enem), atual alvo das críticas ao trabalho do MEC, aproveitando para afirmar que mais que dobrou o número de pessoas que acessam anualmente o ensino médio entre o começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva e o início da atual gestão.

A cerimônia contou com a presença de mais da metade do gabinete de Dilma Rousseff, que também participou da cerimônia, desejando sucesso a Haddad e ao sucessor, Aloizio Mercadante, que deixa a pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação, na qual será substituído por Marco Antônio Raupp, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “Essa cerimônia para mim é um marco na história recente do nosso país”, afirmou a presidenta, que manifestou querer antecipar alguns dos agradecimentos que serão feitos na despedida, na terça. Ela disse considerar o ProUni  importante por aumentar a igualdade de oportunidades entre cidadãos de baixa e de alta rendas. “Não tem como garantir o futuro se você não constrói um sistema de oportunidades no presente.” 

Antes do ministro e da presidenta discursaram o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, e a médica Karla Laís Ribeiro da Costa, um caso escolhido para sintetizar a gestão de Haddad. De família pobre, ela conseguiu acesso ao curso de Medicina por conta do ProUni e conseguiu manter-se na faculdade, de período integral, por conta do financiamento concedido pelo MEC. Ao sair, foi trabalhar no Programa de Saúde da Família, vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), e financiou a volta da mãe aos estudos. 

Haddad aproveitou a fala para lembrar que muitos casos dramáticos chegavam à esposa, Ana Estela, que trabalhava na Educação no momento em que ele assessorava Guido Mantega, hoje ministro da Fazenda. A partir daí Haddad recordou que partiu da mulher a iniciativa de retomar um programa que ele havia instituído durante a administração de Marta Suplicy (PT) na prefeitura de São Paulo, que abatia Imposto sobre Serviços (ISS) das instituições de ensino que concediam bolsas de estudo. Depois disso, ele foi chamado por Tarso Genro para trabalhar no MEC, quando finalmente pôde colocar em prática a ideia. 

Dilma acrescentou que o programa mostra como o governo dela, continuidade da gestão de Lula, está no caminho correto ao combinar distribuição de renda com acesso à educação. “São casos como esses que mostram que se trata de milhões de jovens, mulheres e homens, brasileiras e brasileiros, superando uma barreira quase intransponível, que é a barreira da oportunidade”, pontuou.

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