Convidado pelo PSDB, economista defende mínimo de R$ 600

Para consultor econômico do ex-governador José Serra, 'há espaço na receita' para aumento no salário mínimo

São Paulo – O economista convidado pelo PSDB para defender o reajuste do salário mínimo, Geraldo Biasoto Júnior, reafirmou em comissão geral da Câmara nesta terça-feira (15) que o reajuste do salário mínimo para R$ 600 seria viável. O discurso, carregado de pausas pela falta de tempo, foi baseado nas possíveis verbas destinadas a programas sem aproveitamento ou de “mau aproveitamento” do dinheiro público.

Para Biasoto, que é diretor da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), “há espaço considerável na receita” para o salário mínimo maior que R$ 545. “Não reajustar o mínimo consolida um novo formato no gasto do dinheiro público”, atacou. A justificativa do economista diz respeito do cenário favorável da economia. “Não se pode alterar a situação do salário em um momento onde o governo está bem”, pontuou.

“O compromisso é de ajustar as contas públicas no sentido de haver equilibrio para honrar o pagamento dos trabalhadores. Para isso, colocamos o valor de R$ 600”, disse. “Pela receita pública podemos pagar, do ponto de vista da Previdência é legitima, do ponto de vista dos trabalhadores é apenas a recuperação básica do que eles têm direito. Então, é possível sim ter um aumento de R$ 600”, concluiu.

Municípios

Para André Amorim Alencar, economista do Departamento de Estudos Técnicos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a região Nordeste seria a mais afetada com os reajustes.

“No Nordeste, 50% dos funcionários têm remuneração vinculada ao salário mínimo. Até 2008, a expansão da carga tributária foi observada em todas as esferas”, avaliou. Por meio de comparações, Alencar apontou um impacto de R$ 3,4 bilhões nas contas dos municípios para o aumento de R$ 545, podendo acarretar a falta de pagamento de folha fiscal.

O economista da CNM encerrou o discurso esclarecendo a posição da entidade. “A CNM não é nem contrária nem a favor, mas pondera que aumentos só podem ser viabilizados com observação dos municípios que serão mais impactados”, finalizou.

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