‘A Privataria Tucana’ entra na lista dos mais vendidos até da Veja

Publicação vinha ignorando livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que denuncia esquema propinas durante privatizações no governo FHC, ao contrário de outras listas semelhantes

São Paulo – Passados 19 dias da chegada de “A Privataria Tucana”, escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior, a livrarias do país, a publicação foi inserida na lista dos mais vendidos de não ficção da semana da Veja na internet, nesta quarta-feira (28). Até a véspera, o site da editora Abril mantinha a obra de fora, apesar de outros levantamentos semelhantes destacarem o resultado de vendas do livro.

“A Privataria Tucana” apresenta documentos e informações sobre um esquema bilionário de fraudes ocorridos durante o processo de privatização de estatis na década de 1990, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com 100 mil exemplares vendidos em menos de três semanas, segundo a Geração Editorial, a publicação chegou a esgotar no primeiro fim de semana de vendas.

Por meio de documentação públicos e obtidos na Justiça, o jornalista acusa o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, de ter atuado como “artesão” da construção de consórcios de privatização em troca de propinas. Familiares e pessoas próximas ao ex-governador de São Paulo e ex-ministro do Planejamento, José Serra, também são citadas por envolvimento em lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A pesquisa realizada pelo portal Comunique-se mostrou que o livro já estava entre os dez mais vendidos em algumas das principais lojas do país, como as livrarias Cultura e Saraiva, em que aparece na segunda posição no segmento de não ficção, atrás somente da biografia de Steve Jobs, empresário da Apple morto neste ano, escrito por Walter Isaacson.

Agora, no ranking da Veja.com, “A Privataria Tucana” aparece na sexta posição. Na última terça-feira (27), esta colocação era do livro “Feliz por Nada”, de Martha Medeiros, agora em terceiro lugar. O “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, do jornalista Leandro Narloch, antes na segunda colocação, passou para a quinta. Já o segundo lugar ficou para “O Livro do Boni”, que também estava excluído da relaçaõ de dez mais vendidos.

Segundo o Comunique-se, página voltado a um noticiário sobre comunicação e jornalismo, o site da revista da editora Abril alterou a data da semana de validade do ranking. Na terça, quando o livro do jornalista brasileiro não estava na lista, a data registrada era da semana atual. Nesta quarta, quando houve a mudança, a lista passou a ser datada do dia 21 de dezembro. A revista não prestou outros esclarecimentos sobre a mudança.