Lupi diz que ‘roteiro’ sobre destino no Ministério do Trabalho não está pronto

Em audiência pública na Câmara, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu que se excedeu e pediu desculpas a presidenta Dilma Rouseff (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) São Paulo – O […]

Em audiência pública na Câmara, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu que se excedeu e pediu desculpas a presidenta Dilma Rouseff (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, manifestou nesta quinta-feira (10) que deseja contrariar a expectativa de parte da imprensa de que vai deixar, de qualquer maneira, o comando da pasta. “Nem em toda novela o próprio autor tem controle sobre o final. Nem todo enredo é igual do início ao fim”, disse, durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

“O roteiro não está pronto”, acrescentou quando questionado a respeito dos cinco ministros demitidos este ano após denúncias de desvios nas respectivas pastas. Falando a repórteres após a sessão no Legislativo, à qual compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de irregularidades, o ministro manifestou confiança em sua permanência no cargo. “Eu vou inverter o desejo de muitos, eu vou mostrar que é possível a mídia errar.”

Mais cedo, Lupi admitiu exageros nas declarações de terça-feira (8), quando convocou entrevista coletiva para dizer que só deixaria o ministério “à bala”. A declaração foi analisada por alguns como uma chantagem ao Palácio do Planalto. Nesta quinta, o ministro manifestou que não foi essa a intenção de sua declaração, basicamente reafirmando o que havia pontuado em nota emitida na noite de quarta-feira (9). “Eu gosto de fazer o debate, às vezes exagero”, admitiu. “Peço desculpas públicas. Presidente Dilma, me desculpe, eu te amo.”

Ele disse ainda ter total confiança em seu ex-chefe de gabinete e tesoureiro do PDT, Marcelo Panella, apontado como articulador do esquema. “Não há possibilidade de o Marcelo estar envolvido em esquema. Nunca usamos o poder para fazer qualquer tipo de esquema. Coloco minha função, minha vida à disposição porque confio”, afirmou. Panella deixou a pasta há seis meses, e Lupi disse ter se esforçado para “segurá-lo” enquanto pode, mas a decisão foi do próprio pedetista.

A suspeita divulgada é de que haveria um esquema de cobrança de propina envolvendo convênios com ONGs e a pasta. No sábado (5), Lupi divulgou nota na qual informou o afastamento do assessor especial e coordenador-geral de Qualificação, Anderson Alexandre dos Santos, e o pedido de providências para investigar o caso. Na segunda-feira (7), o ministro desqualificou as organizações ouvidas.

Lupi recebeu manifestação de apoio do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). “O Lupi é ministro, ele não está ministro. E como ministro do governo, ele tem todo o nosso apoio”, disse Vaccarezza a jornalistas. “Acho, no entanto, que ele devia falar um pouco menos, mas ele mesmo disse isso.”

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