Dilma agradece “pedra sólida” de Lula, que pede 8 anos para presidenta

Para presidenta, insistência da oposição em desmerecer sua imagem revela falta de projeto político; Ex-presidente defende realização de prévias no PT

Dilma voltou a deixar claro que não vai permitir “caça a bruxas” nas denúncias sobre irregularidades (Foto: Ricardo Stuckert. Instituto Cidadania)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff aproveitou a abertura do 4º Congresso do PT, em Brasília, para criticar os que tentam criar ruídos em sua relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e desmerecer o legado da gestão anterior.

“Eu estou firmada sobre uma pedra muito sólida, que é a experiência de oito anos de um governo de que eu tive a honra de participar. Não é uma herança, porque eu estava lá [no governo]. Os erros e os acertos dela [da experiência] são meus erros e acertos”, afirmou na noite de sexta-feira (2).

Dilma acrescentou que setores da mídia se equivocam ao tentar encontrar divergências entre ela e o ex-presidente, e avaliou que a oposição gosta de apostar em uma agenda de denúncias por sofrer de falta de propostas. Sem citar partidos, a presidenta ironizou as críticas de que não tem “traquejo” para fazer política. “A oposição no Brasil, por falta de projeto, utiliza essas formas [de criticar]. Eles esquecem o fato do qual eu tenho muito orgulho, de ter, quando era muito difícil fazer política no Brasil, porque dava cadeia ou morte, eu tenho orgulho de ter feito política no Brasil.”

A respeito das denúncias de irregularidades, Dilma reafirmou que não dará apoio a constrangimentos públicos de suspeitos sobre os quais não foi comprovada qualquer atividade ilegal. “Eu acredito na Justiça, e que ela não se faz com caça a bruxas, nem com colocação de pessoas à execração pública, com retirada de direitos. Principalmente, porque essas ações espetaculares acabam com a presunção de inocência”.

Lula defende oito anos

O ex-presidente afirmou a Dilma que ela pode ficar tranqüila em relação ao PT, que sempre lhe dará apoio. Ao mesmo tempo, ele defendeu oito anos de governo para a presidenta, afastando assim as especulações que começavam a pipocar de que Dilma teria escolhido não se candidatar à reeleição em 2014. “Tenho a convicção que ninguém pode cobrar de você aquilo que você não teve tempo de fazer.”

Aos militantes, Lula fez questão de desmentir a versão de que é contra as prévias para a escolha de candidatos do partido às eleições de 2012. Alguns jornais têm divulgado nas últimas semanas a informação de que o ex-presidente entende que estes processos de escolha resultam em fissuras internas que acabam por prejudicar a sigla durante a disputa eleitoral. “Não continuem colocando na minha boca o que eu não falei”, avisou, lembrando que foi um dos criadores desse processo interno de escolha. “Não é possível as pessoas construírem as mentiras que quiserem construir e a gente ter que explicar depois para a sociedade brasileira”.

Com informações da Agência Brasil e do Instituto Cidadania.

 

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