Ao deixar Turismo, Pedro Novais é quinto ministro a sair do governo Dilma

Pedro Novais entregou o pedido de demissão em encontro com Dilma e Temer (Foto: José Cruz/ Agência Brasil) São Paulo – O ministro do Turismo, Pedro Novais, entregou, nesta quarta-feira […]

Pedro Novais entregou o pedido de demissão em encontro com Dilma e Temer (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)

São Paulo – O ministro do Turismo, Pedro Novais, entregou, nesta quarta-feira (14), carta de demissão à presidente Dilma Rousseff. É a quinta baixa do governo da presidenta Dilma Rousseff na Esplanada dos Ministérios. O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), confirmou a decisão do colega de partido.

Segundo a assessoria de imprensa da Presidência, o encontro entre Dilma, Novais e o vice-presidente Michel Temer, no qual o ministro entregou sua carta de demissão, foi rápido. Em menos de 20 minutos o documento com pedido de exoneração foi apresentado.

O ministério esteve no centro de uma operação da Polícia Federal, em agosto, que incluiu a prisão de secretários da pasta. A queda, porém, aconteceu apenas após a divulgação de reportagens com acusações de que Novais incluía funcionários particulares na folha de pagamento da Câmara dos Deputados – onde exerceu seis mandatos antes de assumir o cargo.

Antes dele, caíram Antonio Palocci, da chefia da Casa Civil, Alfredo Nascimento, dos Transportes, Nelson Jobim, da Defesa, e Wagner Rossi, da Agricultura. Os atuais titulares da Secretária de Relações Institucionais e da Pesca, Ideli Salvatti e Luiz Sérgio, trocaram de posição em junho. Entre os que deixaram o governo, apenas Jobim não teve seu nome envolvido em denúncias de corrupção, mas desgastou-se com críticas à própria presidenta e a colegas do primeiro escalão do Executivo.

Maranhense, Novais era considerado uma indicação do PMDB – mais precisamente do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O próprio partido deve indicar o sucessor. Uma reunião no gabinete do vice-presidente Michel Temer marcou a decisão, embora o ministro tenha dito, ao chegar, que desconhecia o tema da audiência.

Reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo traziam denúncias de que Novais teria pago, com recursos da Câmara, uma empregada doméstica. Sua mulher, Maria Helena de Melo, teria sido atendida por um motorista da Casa.

Antes, na Operação Voucher, concentrada no Amapá, 33 pessoas foram presas e afastadas do cargo, incluindo o segundo na hierarquia do Ministério do Turismo, o então secretário-geral Frederico Silva da Costa.

Logo que foi indicado para o cargo, ainda em dezembro de 2010, veio a público a revelação de que ele teria pago uma conta de uma festa particular em um motel, em São Luís, com dinheiro da Câmara. Novais devolveu o dinheiro ainda no ano passado.

Segundo Henrique Eduardo Alves, Novais alega precisar de tempo para se defender das acusações. Mesmo fora do posto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode levar a investigação adiante e levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que, como deputado, ele tem direito a foro privilegiado para denúncias de crime – em atos de improbidade administrativa, o caso poderia correr na Justiça comum.

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