Governo atende a ‘greve branca’ da base aliada e promete liberação das emendas

Gilberto Carvalho confirma que, após estudos, irá liberar a verba contingenciada no orçamento

Gilberto Carvalho disse que cultivar a relação com o Congresso é a principal preocupação do governo (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)

São Paulo – Dada como superada pelo líder do governo na Câmara Federal, a “greve branca” dos deputados que compõe a base aliada do governo Dilma Rousseff parece ter surtido efeito. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta sexta-feira (12) que o governo está elaborando um cronograma para liberação das verbas para emendas parlamentares.

Com ares de insatisfação, os deputados aliados de Dilma esvaziaram o plenário na quarta-feira (12), se negando a votar qualquer tema, como forma de protesto aos cortes nos recursos das emendas parlamentares, anunciadas pelo governo federal em fevereiro deste ano. Com temor de um estrago maior na base, Carvalho tratou de declarar que “o governo foi fazendo estudos internos e percebeu que agora dá para liberar (as emendas)”.

O ministro não informou o valor total das liberações. A expectativa é de que pelo menos R$ 5 bilhões dos R$ 7 bilhões previstos inicialmente sejam retomados, segundo informação da Folha de São Paulo.

Na quarta, apesar da pressão, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), líder do governo, disse que a crise estava superada. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, articulou a conversa entre parlamentares e governo.

Embora o encaminhamento represente possibilidade de retomar os trabalhos na Casa, a insatisfação dos deputados envolvem outros fatores. O anúncio do PR de que a maioria de seus parlamentares defende o rompimento com o governo indica que as denúncias de corrupção em ministérios tendem a representar novos dificuldades para Dilma.

O líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG), já ensaia o tom do discurso independente. Ele criticou o corte nas emendas anteriormente anunciadas pelo governo. “Tenho dito que a questão das emendas, que não gosto desses termos, o certo é cumprimento da lei orçamentária, deve ser cumprida”, cobrou.

Os problemas com o Partido da República não param por aí, segundo o líder, a faxina feita por Dilma no Ministério dos Transporte tem causado desconforto entre os parlamentares do partido, que em sua maioria desejam deixar a base.

Praticando diplomacia, Carvalho assegurou que “a principal preocupação do governo é cultivar a relação com o Congresso, determinando que os ministros recebam os parlamentares, que haja uma relação muito além da troca”.

Informações da Agência Brasil