Marco Maia descarta mudanças no projeto da Comissão da Verdade

Texto atual é o máximo de consenso possível, mas não há previsão de votação

“Se puxar muito para os direitos humanos ou para as Forças Armadas ou para a Justiça, não chegaremos a um acordo”, disse Marco Maia (Foto: José Cruz/Agência Brasil – arquivo)

Porto Alegre – O presidente da Câmara Federal, Marco Maia (PT-RS), voltou a afirmar que o governo pretende aprovar o projeto original que institui a Comissão Nacional da Verdade, o que seria a única possibilidade de consenso. O texto é criticado pelos defensores dos direitos humanos e familiares de vítimas da ditadura militar por conter lacunas que podem comprometer as investigações sobre o período.

“Os sinais que nós temos são de que o governo quer votar como está o PL porque é o máximo de consenso que se consegue chegar. Este é o texto que é capaz de ser aprovado”, disse Marco Maia em entrevista ao Sul21 na sexta-feira (30). O deputado participou de uma conferência da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

“Se começarmos a puxar muito para o lado dos direitos humanos ou muito para o lado das Forças Armadas ou muito para o lado da Justiça, não chegaremos a um acordo”, completou Marco Maia.

De acordo com o deputado, o governo federal dá sinais de que o entendimento médio é “aprovar e depois buscar ajustes”. Questionado sobre fatores técnicos que poderiam comprometer a eficácia do trabalho da futura Comissão da Verdade, como o espaço de tempo a ser investigado e o enxuto número de investigadores, Maia disse que o argumento é uma “suposição”.

Ele defende que o texto garante a dedicação integral dos representantes. “Não será um trabalho feito de forma eventual. As pessoas serão remuneradas para isso. O que importa é aprovarmos o texto e começar o trabalho”, enfatizou.

Sobre a ordem de votação contemplar a aprovação da criação da Comissão da Verdade antes do recesso parlamentar, o presidente da Câmara disse que ainda não tem previsão. Depende do governo federal destrancar a pauta pedindo a retirada de outro projeto que tramita em regime de urgência na Casa. “Não sei dizer hoje se o governo irá optar em retirar ou não o projeto do Pronatec que está trancando a pauta”, finalizou.

Fonte: Sul21

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