PT discute substituição de Dutra e pedido de retorno de Delúbio

Reunião ordinária do diretório do partido começa nesta sexta

José Eduardo Dutra deve deixar presidência do partido por motivos de saúde (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

São Paulo – O diretório nacional do PT inicia, nesta sexta-feira (29), reunião ordinária de dois dias. Na pauta, há pelo menos um desafio e uma questão polêmica. O presidente da legenda, José Eduardo Dutra, afastado desde março, deve deixar o cargo, por motivos de saúde. Além disso, o ex-tesoureiro da legenda, Delúbio Soares, expulso em 2005, durante a crise política conhecida como “Mensalão”, solicitou revisão de seu caso e readmissão de sua filiação.

O único dos conselheiros próximos à presidenta Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral de 2010 a ficar fora do governo, Dutra sofre uma crise de hipertensão seguida de depressão. Lideranças petistas chegaram a sugerir uma prorrogação da licença até setembro, alcançando o limite máximo de tempo de afastamento permitido pelo estatuto petista. O ex-senador sergipano tem dito que não quer a agenda partidária parada por conta disso. Em setembro, o PT realiza seu quarto Congresso Nacional, em cuja pauta está a reformulação do estatuto.

A substituição, conforme prevê o estatuto, deve respeitar a tendência à qual pertence o presidente eleito. No caso, seria a Construindo um Novo Brasil. Quem exerce o cargo atualmente, diante do afastamento de Dutra, é o deputado estadual Rui Falcão (SP), ligado à corrente Novo Rumo, o que traz resistências a seu nome. O senador Humberto Costa (PE) é um dos nomes mais cotados para o posto.

O senador declarou ao site do PT, que não é candidato. Costa não listou nomes, mas afirmou que o partido tem vários outros companheiros que poderiam suceder Dutra, caso se confirme a saída.

Delúbio

Já Delúbio Soares confirmou uma nova incursão para voltar ao PT nesta quinta, com a entrega de uma carta à executiva do partido. Diferentemente de outros episódios, a articulação favorável ao regresso é mais forte. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou ser favorável ao retorno.

“O PT não defende pena perpétua para ninguém”, advogou. “Tenho convicção que nesse processo não houve desvio de dinheiro para atividade política e nem houve mensalão. Todos os deputados eram ativistas do governo, não precisavam receber dinheiro para votar a favor do governo”, completou.

Outras lideranças, como o próprio Humberto Costa, mostraram o mesmo tipo de posição. Ele ponderou, porém, que a polêmica sobre a volta poderia ser mais prejudicial ao próprio Delúbio do que ao PT, já que a exposição traz de novo as acusações ao debate.

Com informações da Agência Brasil