PT confirma Lula como reforço para negociar reforma política a partir desta 2ª
Reunião em São Paulo define qual será o papel do ex-presidente, que promete envolvimento no tema
Publicado 15/04/2011 - 16h14
Ao deixar a Presidência, Lula prometeu negociar reforma política depois de descansar (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil – arquivo)
São Paulo – A retomada das atividades políticas de Luiz Inácio Lula da Silva está confirmada para esta segunda-feira (18). O ex-presidente reúne-se com congressistas petistas e com a direção do partido para debater a posição e o andamento das comissões de reforma política no Congresso Nacional. A informação é de Elói Pietá, secretário-geral do PT.
O retorno de Lula a este debate já havia sido anunciado desde que ele deixou o cargo, em 1º de janeiro. Ele fez repetidas afirmações de que pretende se dedicar, entre outras atividades, à discussão da reforma política.
“Vai ser um momento muito importante para a reforma política porque o presidente Lula colocou mais de uma vez que, passado um período de descanso, ele se dedicaria à questão”, disse Pietá à Rede Brasil Atual.
Segundo ele, a reunião em São Paulo foi solicitada pela direção do PT e pelos integrantes das comissões de ambas as Casas, para que Lula exponha suas ponderações e defina a forma como ele pretende participar da campanha pelo modelo que a bancada petista defende.
“Como ele chefiou um governo de coalizão, evidentemente que o peso de sua participação junto a todos os partidos que apoiaram seu governo será muito grande”, afirmou o secretário.
A comissão de reforma política do Senado entregou na quarta-feira (13), ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o relatório final sobre as sugestões de mudanças na legislação eleitoral e partidária. O grupo discutiu o tema durante 45 dias. Parte dos itens definidos desagrada ao PT, como a falta de detalhamento sobre financiamento público de campanha.
O modelo de consenso para o sistema de votos no Brasil é o mesmo defendido pelos petistas, o voto proporcional com lista fechada, com o fim das coligações partidárias. Porém, outras legendas querem rever a fórmula, seja adotando o distrital misto – com metade das cadeiras da Câmara definida pelos votos em cada distrito dos estados e metade por ordem de votação nominal –, seja o chamado “distritão”. Neste último caso, apenas os mais votados seriam eleitos, sem coeficiente eleitoral nem cláusula de barreira.
A comissão que debate o tema na Câmara dos Deputados, desde seu início, terá 180 dias para concluir alguma proposta. O fim do prazo deve ocorrer apenas no mês de agosto. Como qualquer mudança depende da aprovação nas duas casas legislativas e a tramitação é diferente em cada uma delas, existe a possibilidade de a questão se estender por até mais tempo.
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