Itamaraty expressa solidariedade ao presidente do Equador

Unasul aponta que não se pode tolerar que governos democráticos sejam ameaçados por aqueles que não querem perder privilégios

Equador passa por tentativa de golpe militar (Foto: Guillermo Granja/Reuters)

São Paulo – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, expressou preocupação com as manifestações no Equador. O chanceler, que está em visita oficial ao Haiti, emitiu comunicado informando que conversou com o ministro equatoriano Ricardo Patiño, expressando apoio e solidariedade às instituições democráticas do país sul-americano.

Além disso, o ministro tem mantido conversas com demais líderes da região para que haja uma resposta firme e coordenada “a fim de repudiar qualquer desrespeito à ordem constitucional naquele país irmão.”

A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou reunião extraordinária a fim de emitir sua posição sobre os fatos. Nesta manhã, militares tomaram o aeroporto de Quito e comandaram o fechamento de estradas e ruas. Eles protestam contra a Lei de Serviço Público, que, entendem, retira-lhes benefícios. O Conselho Permanente da OEA decidiu repudiar qualquer tentativa de alterar a ordem democrática equatoriana, manifestando completo respaldo ao governo constitucional de Rafael Correa.

A União de Nações Sul-americanas (Unasur) expressou que não se pode tolerar que governos democráticos se vejam ameaçados “por setores que não querem perder privilégios”. O secretário-geral da instituição, o argentino Néstor Kirchner, expressou que tem um compromisso com Rafael Correa frente à tentativa de sublevar a ordem constitucional. “Seria um gravíssimo retrocesso para a região que voltássemos àquelas épocas em que as minorias impunham suas decisões por uso da força. O voto popular é o único caminho para a tomada de decisões em nossas sociedades”, expressou em nota.

Na sequência, o Mercosul exigiu o “imediato retorno da normalidade constitucional.”Os Estados Partes do Mercosul condenam energicamente todo e qualquer tipo de ataque ao poder civil legitimamente constituído e à ordem constitucional e democrática do Equador.”

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, comparou o episódio com o golpe contra ele em 2002, afirmou que há “bestas fascistas” em ação e concluiu que o centro do problema está em Washington. “Essa é uma operação que se vem preparando. São as forças do obscurantismo, da extrema-direita. Como foi aqui. Arrumaram uma desculpa e pronto.”

Alan García, do Peru, anunciou que está em contato com os governos da região para que viajem a Quito todos os ministros dos onze países locais. Caso não se possa realizar a reunião em solo equatoriano, García ofereceu a cidade peruana de Piura, “que pode servir como base para defender a democracia e a estabilidade do regime democrático.”

O boliviano Evo Morales enfatizou que o episódio do Equador está ligado ao golpe de Honduras, na medida em que se trata de uma nova tentativa de parar, por meio da força, “o crescimento da mudança revolucionário em toda a América Latina.” “A vergonhosa conspiração alentada por políticos que não gozam do apoio popular tem a clara intenção de culminar em um golpe de Estado”, assinala Morales em comunicado.

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