Para Dilma, Brics compensam efeitos da crise com combate à pobreza

Dilma discursa durante evento de Cúpula dos Brics, em Durban: desenvolvimento com inclusão social na pauta dos emergentes (Roberto Stuckert Fo./PR) São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta […]

Dilma discursa durante evento de Cúpula dos Brics, em Durban: desenvolvimento com inclusão social na pauta dos emergentes (Roberto Stuckert Fo./PR)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27), em Durban, onde participa da 5ª Cúpula dos Brics, que o Brasil tem se destacado por aplicar modelos de desenvolvimento econômico com inclusão social e por buscar a superação completa da pobreza extrema. Segundo ela, os demais integrantes do grupo – Rússia, Índia, China e África do Sul – também estão conseguindo reduzir a pobreza.

“Nós nos distinguimos também porque temos aplicado modelos de desenvolvimento econômico com inclusão social. Para se ter uma ideia, com três anos de antecedência, a meta do desenvolvimento do milênio de diminuir pela metade a proporção de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia já foi alcançada. No Brasil, nós temos, num horizonte próximo, a superação completa da miséria, da pobreza extrema”, disse.

Durante café da manha em homenagem aos chefes de Estado e de Governo dos Brics oferecido pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, Dilma afirmou ainda que o fim da miséria é “apenas um começo” até que as pessoas que deixaram a pobreza se tornem cidadãos e consumidores.

“Nós temos consciência de que a superação da miséria é apenas um começo e que vai exigir infraestrutura, bens, equipamentos, máquinas, vai exigir políticas públicas para que essas pessoas que saiam da pobreza se tornem cidadãos e consumidores. E nós sabemos também que isto amplia os nossos mercados, os nossos mercados domésticos, e traz a eles também uma grande contribuição. Além de ser uma questão ética, é também uma questão econômica aumentar e ampliar os nossos mercados internos”, disse.

Contrabalanço

A presidenta Dilma Rousseff disse, em declaração à imprensa, que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul utilizaram o comércio e os investimentos para contrabalançar os efeitos da crise econômica internacional.

“Nossos países têm contrabalançado os efeitos da continuada crise econômica financeira internacional tanto pela via do comércio quanto pela dos investimentos… É nossa contribuição para a economia global em um de seus aspectos mais decisivos: o do financiamento do desenvolvimento.”

Dilma Rousseff ressaltou que a criação do Banco do Brics – um dos principais temas a ser tratado na cúpula – vai colaborar para o desenvolvimento da região, referindo-se à América do Sul, e dos demais países emergentes. Segundo afirmou, o banco é um esforço para instituir mecanismos mútuos de apoio.

“É um banco talhado para as nossas necessidades. Temos de estreitar laços e criar mecanismos de apoio mútuos”, destacou a presidenta. “É um mecanismo de estabilidade que pode criar linhas recíprocas de crédito, fortalecendo a solidez do mercado internacional.”

A instituição bancária terá os mesmos moldes, mas pretende ser uma espécie de alternativa ao Banco Mundial (Bird) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Cada país que integra o Brics deverá destinar US$ 10 bilhões para formar o capital inicial do banco que deverá, portanto, chegar a US$ 50 bilhões. O banco centrará as ações no financiamento de infraestrutura e atuará em concorrência direta com o Bird.

Para o governo brasileiro, é necessário modificar a estrutura do FMI de tal forma que os países em desenvolvimento tenham mais espaço, que a equipe do fundo reflita a diversidade de nacionalidade, gênero e formação acadêmica e profissional, assim como modernize as linhas de pensamento no que se refere às economias mundial e domésticas, superando a prevalência do defendido pelas economias avançadas.

Segurança

Em Durban, Dilma Rousseff defendeu reformas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ela disse que é necessário dar mais espaço, nos órgãos multilaterais, aos países em desenvolvimento. “Nesses fóruns é importante que se reflita o peso do Brics e dos países em desenvolvimento para que a governança seja mais democrática”, destacou a presidenta.

O governo do Brasil quer a reforma do Conselho de Segurança, que é responsável pela definição de políticas de preservação da população civil e cuja estrutura é do final da 2ª Guerra Mundial. O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, também apoiou as reformas defendidas por Dilma. Segundo o indiano, a reforma do conselho deve visar ao combate à pirataria e ao terrorismo. “Usando a sabedoria e a capacidade para ultrapassar esses desafios, reafirmando a importância que coloca o trabalho do Brics para o benefício dos povos do mundo”, disse Singh.

Com reportagens da Agência Brasil e do Blog do Planalto

Leia também

Últimas notícias