Assembleia Geral da ONU pede pela 21ª vez que EUA encerrem bloqueio a Cuba

Brasil afirma que não há espaço para 'políticas obsoletas' como as defendidas pela Casa Branca e governo de Raúl Castro manifesta que embargo representa minoria 'isolada' e 'violenta'

Além dos Estados Unidos, apenas Israel e a Ilha de Palau ficaram contra a resolução (Foto: Rick Bajornas. ONU)

São Paulo – A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou hoje (13), pela 21ª vez, um pedido para que os Estados Unidos encerrem o embargo a Cuba, imposto há 50 anos. A cobrança pelo fim da imposição de sanções sociais, comerciais e financeiras à ilha recebeu 188 votos, dois a mais que no ano passado, frente a três oposições (Estados Unidos, Israel e Palau) e duas abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia). Na primeira vez em que a resolução foi aprovada, em 1992, apenas 59 países foram favoráveis, e 71 preferiram se abster. 

A embaixadora do Brasil junto à ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, afirmou que o embargo é um “exemplo de políticas obsoletas que não têm lugar na atualidade.” A diplomata indicou ainda que a reiteração do pedido é uma demonstração de solidariedade com o povo cubano, que sofre os efeitos das medidas, responsáveis por impor limites ao comércio que resultam em um empobrecimento geral da população.

Este ano, além do tradicional pedido de fim do bloqueio, o documento afirmou que há novos efeitos impostos pelo recrudescimento das sanções por parte do governo de Barack Obama, que tem se recusado a dialogar sobre o assunto. Em plenário, vinte oradores de países diferentes expressaram que o embargo tem um caráter unilateral, contrário, portanto, aos princípios defendidos pela ONU e pelo direito internacional.

O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, manifestou que não há qualquer motivo, legal ou moral, para que os Estados Unidos mantenham a medida. “É somente a arma de uma minoria cada vez mais exígua, isolada, violenta e soberba que lucra eleitoralmente com ela, despreza a voz das maiorias e não se resigna ante a indolente determinação dos cubanos de decidir seu próprio destino”, afirmou, acrescentando que o governo de Raúl Castro espera caminhar para a normalização das relações com a Casa Branca e apresentou para isso uma agenda de diálogo bilateral que toma como princípios as relações recíprocas e de igualdade.

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