Novos protestos no Chile levam 100 mil às ruas por educação pública e gratuita

Uma das reivindicações dos estudantes chilenos, é educação pública e gratuita para todos (Foto: Fech / Site oficial) São Paulo – Um novo protesto em Santiago reuniu 100 mil estudantes […]

Uma das reivindicações dos estudantes chilenos, é educação pública e gratuita para todos (Foto: Fech / Site oficial)

São Paulo – Um novo protesto em Santiago reuniu 100 mil estudantes e professores nesta terça-feira (9). Em outras cidades também houve manifestações. Eles pedem educação pública e gratuita para todos, contra o modelo educacional chileno. As marchas foram convocadas na última sexta-feira (5) pela Confederação dos Estudantes da Universidade do Chile (Confech) e por associações de professores.

A concentração foi iniciada às 8h (horário local), diante da Universidade de Santiago. Durante a madrugada e a manhã, manifestantes bloquearam diversas ruas e ergueram barricadas, o que provocou a prisão de pelo menos seis pessoas, apesar de o trajeto ter sido autorizado previamente pela prefeitura da capital chilena e pelo governo de Sebastián Piñera, que passou a se valer de um decreto do período ditatorial de Augusto Pinochet para exigir que reuniões públicas sejam previamente avaliadas pelo Poder Executivo.

A série de protestos estudantis começaram em maio deste ano. Alunos de segundo grau e universitários mobilizaram professores, pais e sindicatos, nas maiores manifestações em duas décadas de democracia chilena.

O governo de Piñera chegou a trocar o ministro da Educação e propôs uma reforma da área, num plano com 21 itens. Sem alterar os princípios do modelo instaurado ainda durante a ditadura militar do país sul-americano, os estudantes não aceitaram.

No Chile não existem universidades gratuitas. As instituições privadas podem operar mas, por lei, não poderiam ter fins lucrativos. A mensalidade cobrada tanto em universidades públicas quanto privadas chega a US$ 400. Para lidar com o custo, há programas de crédito estudantil que resultam em endividamento dos jovens. Operadas por bancos privados com altas taxas de juros, as dívidas foram um dos estopins dos protestos.

As marchas reuniram alunos, professores, pais de alunos e sindicalistas. Um jovem, carregando uma cruz, exibia um cartaz: “Não posso estudar; meu pai é carpinteiro”. Também houve incidentes entre policiais e estudantes com rostos cobertos, que faziam fogueiras nas ruas e lançavam pedras contra carros.

Entre as propostas de Piñera, há o aumento de bolsas de estudo, redução de 6% para 4% das taxas de crédito solidário e aumento dos investimentos governamentais na educação. Atualmente, o país investe 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação superior, enquanto o setor privado investe 1,5% do PIB.

Os estudantes consideram as mudanças insuficientes para romper com o padrão neoliberal no setor. Eles acreditam que se tratou de uma tentativa do governo de dividir os estudantes, seduzindo especialmente os mais pobres, que têm mais dificuldade de arcar com os custos do financiamento. Os dicentes consideram que a adoção de um modelo com educação gratuita seria mais efetiva para lidar com a questão.

Greve de bancários

Uma greve do sindicato dos bancários do Citibank, o maior entre as instituições privadas em operação no país, foi iniciada também nesta terça-feira. O banco multinacional é controlado pelo mesmo grupo que comanda o Banco do Chile. Eles protestam contra o fracasso nas negociações salariais e se somaram aos protestos por mudanças no país

Com informações da Agência Brasil

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