Salvador Allende se suicidou, confirma perícia
Relatório corrobora versão da família do ex-presidente do Chile, deposto em 1973
Publicado 19/07/2011 - 14h52
Estátua de Allende em frente ao palácio La Moneda, em Santiago (Foto: Patricio Mecklenburg/Wikipedia)
São Paulo – O ex-presidente Salvador Allende realmente se suicidou no dia do golpe militar no Chile, em 11 de setembro de 1973. Perícia conduzida pelo Serviço Médico Legal (SML), cujo relatório foi entregue nesta terça-feira (19), concluiu que Allende não foi assassinado, como também se supunha.
A versão do suicídio era a defendida pela família. Após receber o relatório, a senadora Isabel Allende (Partido Socialista), filha do ex-presidente, declarou que Allende, “diante das circunstâncias extremas pelas quais passou, tomou a decisão de tirar sua vida antes de ser humilhado ou passar por qualquer outra situação”. Ele estava dentro do La Moneda, palácio presidencial, cercado por tropas golpistas que bombardeavam o prédio.
O diretor nacional do SML, Patricio Bustos, destacou a “certeza forense” do caso, “graças a um trabalho sólido e documentado por um equipe multidisciplinar de peritos nacionais e estrangeiros”. Um desses peritos, o expert balístico britânico David Prayer, concluiu que a morte de Allende foi por ferida de um projétil – o ex-presidente tinha um só ferimento no crânico, mas pode ter sido atingido por duas balas, porque a arma que usava, um fuzil AK-47, estava em modo de disparo automático, o que permite uma rajada de dez projéteis por segundo.
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