Iraque reforça segurança, e Hamas condena morte de Bin Laden

Manifestantes contrários ao governo do Iêmem, acampados em protesto, acompanham noticiário sobre a morte de Bin Laden. Maior parte dos governos de países árabes não se manifestou a respeito (Foto: […]

Manifestantes contrários ao governo do Iêmem, acampados em protesto, acompanham noticiário sobre a morte de Bin Laden. Maior parte dos governos de países árabes não se manifestou a respeito (Foto: © Ammar Awad/Reuters)

São Paulo – O Iraque e países europeus reforçaram a segurança após o anúncio de que Osama Bin Laden foi assassinado em uma operação militar dos Estados Unidos. Diferentemente de outros países do Oriente Médio, que permaneceram em silêncio, o governo iraquiano anunciou ações da polícia e das forças armadas para evitar ações de vingança. O grupo palestino Hamas, porém, condenou a morte do “guerreiro sagrado árabe”.

A Interpol, agência internacional de polícia, alertou segunda-feira (2) que todos os seus países-membros reforcem medidas de segurança em razão da morte de Bin Laden. O governo norte-americano também emitiu alerta sobre o risco de violência “antiamericana” pelo mesmo motivo, estendendo-o a todos os cidadãos em viagem ou que morem no exterior.

Bin Laden foi morto na noite de domingo (1º) em uma operação norte-americana no Paquistão. A morte do líder da Al Qaeda foi confirmada pelo presidente Barack Obama às 23h35 (0h35 de hoje no Brasil), em pronunciamento na TV.

O Exército e a polícia do Iraque aumentaram o nível de alerta nesta segunda para possíveis ataques de vingança em um dos principais campos de batalha da Al Qaeda. O país era considerado pela gestão do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, como principal palco da “guerra ao terror” promovida por seu governo.

Após a invasão de forças dos EUA e aliados, em 2003, que derrubou Saddam Hussein, a Al Qaeda finalmente entrou no Iraque e tornou-se um obstáculo para a estabilidade política almejada pelas forças que ocupam militarmente o país.

“Emitimos ordens para intensificar as medidas de segurança nas ruas”, disse o general Hassan al-Baidhani, chefe do estado-maior para o comando das operações em Bagdá. “Esperamos 100% por ataques, uma vez que organizações como essa buscam provar-se em tais circunstâncias”, acrescentou. O governo iraquiano elogiou a notícia da morte de Bin Laden, executada pelas forças norte-americanas em uma vila de luxo no Paquistão.

“O governo iraquiano está muito aliviado com a morte de Osama bin Laden, que foi o mentor e coordenador por trás da morte de muitos iraquianos e a destruição do país”, disse o porta-voz do governo Ali al-Dabbagh.

O Exército norte-americano, que ainda mantém cerca de 47 mil soldados no Iraque oito anos após a invasão, disse que não comentaria sobre qualquer mudança nas operações por conta da morte de Bin Laden.

Hamas

O grupo palestino islâmico Hamas condenou a ação do Exército dos EUA. “Consideramos isso uma continuação da política norte-americana baseada na opressão e no derramamento de sangue muçulmano e árabe,” disse Ismail Haniyeh, chefe do governo do Hamas na Faixa de Gaza, a jornalistas.

Apesar de lembrar das diferenças em doutrina entre a Al Qaeda de Bin Laden e o Hamas, Haniyeh afirmou: “Condenamos o assassinato e a morte de um guerreiro sagrado árabe. Pedimos a Deus que tenha misericórdia sobre ele junto aos verdadeiros fiéis e mártires.”

Com informações da Reuters e Agência Brasil

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