Khadafi diz acreditar no apoio do povo e critica EUA

Protesto em Tripoli nesta segunda parece ser ignorado por Khadafi (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters) São Paulo – As forças oposicionistas a Muammar Kadhafi na Líbia obtiveram novos avanços no controle de […]

Protesto em Tripoli nesta segunda parece ser ignorado por Khadafi (Foto: Ahmed Jadallah/Reuters)

São Paulo – As forças oposicionistas a Muammar Kadhafi na Líbia obtiveram novos avanços no controle de áreas no país, tanto a leste quanto a oeste de Trípoli. O ditador, porém, dá sinais de que se recusa a reconhecer os protestos nas ruas da capital.

Segundo a jornalista Christiane Amanpour, da rede ABC, Khadafi disse: “Todo o meu povo me ama. Eles morrerão para me proteger”. A entrevista foi concedida  nesta segunda-feira (28). Ele riu quando questionado se renunciaria, e mostrou-se alheio à força da rebelião contra o seu regime.

“Estou surpreso que tenhamos uma aliança com o Ocidente para combater a Al Qaeda, e agora que estamos lutando contra terroristas, eles nos abandonaram”, disse Khadafi ao jornalista da ABC. “Talvez eles queiram ocupar a Líbia”.

Khadafi propôs que a Organização das Nações Unidas (ONU) ou outra organização realize uma “missão de investigação” na Líbia, e questionou o fato de alguns governos imporem sanções ao regime líbio apenas com base em reportagens da mídia.

Na semana passada, o líder de 68 anos – 41 deles no poder – prometeu lutar até a morte, mas um porta-voz estabeleceu um tom conciliador nesta segunda-feira (28). As forças governistas tentam, há dias, conter a revolta que conquistou boa parte dos militares, pôs fim ao seu controle no leste da Líbia e rechaça os ataques do governo em cidades do oeste do país perto de Trípoli.

Khadafi chamou o presidente dos EUA, Barack Obama, de “bom homem”, mas afirmou que ele parecia estar informado de maneira errada sobre a situação na Líbia. “A América (EUA) não é a polícia internacional do mundo”, acrescentou.

Petróleo

A União Europeia (UE) afirmou, nesta segunda, ter informações de que Khadafi não controla a maioria dos campos de petróleo e de gás do país. O comissário europeu para a Energia, Guenther Oettinger, disse, em Bruxelas, na Bélgica, que essas áreas estadiam nas mãos de clãs regionais ou de líderes locais.

“Temos todas as razões para acreditar que os grandes campos de exploração (de gás e de petróleo) não estão mais nas mãos de Khadafi, mas, sim, sob o controle de tribos e de forças provisórias que assumiram o poder”, disse Oettinger.

Em seguida, o representante europeu para a área de energia acrescentou que: “Decidimos não impor um bloqueio para não penalizar as pessoas que não estão atingidas pelas sanções”. Na Líbia, segundo Oettinger, “a produção (petrolífera) sofreu uma paralisação, mas as explorações deverão ser retomadas”.

De acordo com a União Europeia, o gás líbio representa menos de 3% do volume total do mercado do bloco e a venda de petróleo é de cerca de 10%. A Líbia é o nono maior exportador entre os 12 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e um dos quatro principais produtores de petróleo da África.

Com informações da Agência Brasil e Reuters

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