Patriota defende que Mubarak promova governo de transição

Brasília – Em visita à Venezuela ontem (7), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu que o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, respeite o desejo de mudanças […]

Brasília – Em visita à Venezuela ontem (7), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu que o governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, respeite o desejo de mudanças dos manifestantes. Há mais de duas semanas, os críticos do governo fazem protestos no país para pressionar Mubarak a deixar o poder. Porém, Patriota alertou para o risco de haver interferência no governo egípcio. As informações sã da BBC Brasil.

“Esperávamos que as aspirações dos manifestantes fossem levadas em devida consideração, dentro de um contexto de aprimoramento institucional e democrático do Egito”, afirmou o chanceler.
“Ir além disso é interferência indevida nos assuntos internos do país”, disse Patriota. “Compete aos egípcios decidirem como encaminhar essa situação.”

O ministro não comentou como vai ser a posição do Brasil em um eventual governo de transição no Egito. Segundo ele, não é papel da diplomacia agravar a situação de tensão já existente. “A primeira coisa que a diplomacia deve fazer é não agravar uma situação de tensão”, afirmou.

A exemplo da presidente Dilma Rousseff, Patriota disse que o desenlace “desejável” para o Brasil “(é que no Egito exista) democracia, respeito aos direitos humanos, liberdade de expressão”.

Patriota disse que as tensões no Egito ainda não estão em discussão no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo ele, não houve consenso entre os 15 integrantes do órgão na primeira “consulta” sobre o tema. “Nas consultas mantidas até agora com os demais membros do Conselho, não prevaleceu este sentimento que deva ser tratado lá (no Conselho de Segurança)”, disse ele.

Jornalistas

Em nota verbal divulgada na noite da segunda-feira (7, horário de Brasília), a Embaixada do Egito no Brasil lamentou a violência contra os jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação(EBC) Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil. Semana passada, eles foram impedidos de fazer a cobertura dos protestos no país africano. Além de ter o equipamento apreendido, os dois ficaram detidos por 18 horas e depois receberam ordens para deixar o país.

“A Embaixada da República Árabe do Egito lamenta o caos a que os jornalistas brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil foram submetidos.”

O documento também afirma que “a Embaixada da República Árabe do Egito agradece ao governo e às pessoas da República Federativa do Brasil pela seu apoio moral e político para a legitimação das aspirações do povo do Egito”.

Edição: Fábio M. Michel

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