Hamas rejeita eleições locais convocadas pela Autoridade Palestina

(Foto:Mohamad Torokman/Reuters) São Paulo – O governo da Autoridade Palestina estabeleceu a data de 9 de julho para realizar as eleições locais. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (8) e […]

(Foto:Mohamad Torokman/Reuters)

São Paulo – O governo da Autoridade Palestina estabeleceu a data de 9 de julho para realizar as eleições locais. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (8) e seria aplicada tanto à Cisjordânia, controlada pelo Fatah, quanto à Faixa de Gaza, comandada pelo Hamas. O partido religioso considera que o governo central de Mahmoud Abbas não tem legitimidade para convocar as eleições. 

A medida é anunciada menos de um mês depois da divulgação de documentos sigilosos da Autoridade Palestina pela TV Al-Jazeera. Além disso, países árabes, como Egito, Tunísia, Jordânia e Iêmem, passam por uma série de protestos populares por mudanças políticas.

A eleição estava programada para julho do ano passado, mas um desacordo dentro do Fatah, facção do presidente palestino, Mahmoud Abbas, sobre quem seria o candidato provocou o adiamento um mês antes do dia das eleições. 

Em dezembro, um tribunal determinou que a Autoridade Palestina, que exerce o governo na Cisjordânia, território ocupado por Israel, tem que permitir que as eleições sejam realizadas.

Representantes do Hamas declararam que não organizarão a votação em Gaza. “O Hamas rejeita a decisão da ANP de realizar eleições sob as atuais circunstâncias”, disse Mushir Al-Masri. Ele acredita que o pleito serviria para fragmentar a unidade palestina, em virtude da crise política interna vivida pelos palestinos.

No sábado, forças de segurança palestinas dispersaram centenas de manifestantes na Cisjordânia que gritavam palavras de ordem contra Abbas.

Eleições

O Hamas venceu as últimas eleições legislativas realizadas em território palestino em 2006, mas entrou em conflito com a ANP. Como resultado, o Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza, enquanto ANP, através do presidente palestino Mahmoud Abbas, governa a Cisjordânia e representa os palestinos nas negociações internacionais.

A última eleição municipal ocorreu em 2005, quando também houve disputa presidencial – e Abbas foi eleito. Como o mandato do presidente deveria ter sido encerrado em 2010, o Hamas considera que o presidente não tem legitimidade para convocar novas eleições. Al-Masri ressaltou também que esta convocação de eleições locais é “tão ilegal como o governo de Salam Fayyad [primeiro-ministro da ANP]”, instaurado em 2007 por Abbas.

O presidente da Autoridade Palestina havia estabelecido que as eleições presidenciais e legislativas seriam realizadas em janeiro de 2010, mas adiou a votação depois que o Hamas excluiu sua participação na Faixa de Gaza. O Hamas contesta a legitimidade de Abbas e seu direito de convocar eleições.

Com informações da Reuters e do Opera Mundi

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