Após maiores protestos, Mubarak afirma que vai deixar a presidência do Egito apenas nas eleições de setembro

Ditador oficializa, em pronunciamento, que não vai concorrer nas eleições marcadas para setembro

São Paulo – O presidente do Egito, Hosni Mubarak, oficializou, na noite desta terça-feira (1º), sua intenção de não concorrer à reeleição no pleito marcado para setembro deste ano. A decisão é anunciada após o dia de maiores protestos por todo o país, reunindo mais de um milhão na capital. Apesar de afirmar que continuará seu mandato, Mubarak assegurou que não será candidato novamente.

“Já estou esgotado de servir ao povo do Egito”, declarou, em um pronunciamento recheado de autoelogios. Os protestos pedem a saída do presidente, há três décadas no poder, e calcula-se que pelo menos 140 pessoas morreram desde o início dos atos.

Mubarak, que chegou a trocar seu gabinete na tentativa de amenizar a agitação política, agora admite deixar o poder, mas afirma que antes espera realizar reformas constitucionais para que volte a haver estabilidade. “Peço a Deus que me guie para o êxito ao terminar minha carreira como político profissional. Cidadãos queridos, o Egito vai sair desta situação com mais força, de forma mais coerente.”

Nas últimas semanas, atos tomaram conta de países do Norte da África e do Oriente Médio, resultando na fuga do presidente da Tunísia e em mudanças no governo da Jordânia.

O principal líder oposicionista, Mohammed ElBaradei, havia fixado a sexta-feira (4) como o dia da saída de Mubarak.  “Espero que ele tenha compreendido isso e que deixe o país para dar início a uma nova era e evitar (mais) derramamento de sangue”, afirmou o diplomata de carreira, que se ofereceu para conduzir o país até o momento das eleições.

Imediatamente após o pronunciamento de Mubarak, os manifestantes reunidos no Cairo reforçaram os gritos de “Vá embora, vá embora”. Ainda não se sabe se a população aceitará a transição proposta pelo ditador ou se continuará a exigir a saída imediata.

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