Rio decide demolir escola e retirar índios de área do Maracanã

Edital de concessão confirma demolição da Escola Friedenreich e remoção da Aldeia Maracanã

Após pressão da sociedade, o Museu do Índio será preservado, mas os indígenas serão retirados e o prédio abrigará o futuro Memorial Olímpico (Foto: Portal2014)

Rio de Janeiro – A bola ainda não rolou para a partida inaugural do novo Maracanã, mas o estádio carioca, que receberá jogos da Copa das Confederações em junho e da Copa do Mundo no ano que vem, já tem seus primeiros derrotados: os estudantes da Escola Municipal Friedenreich e os indígenas que ocupam há sete anos o terreno do antigo Museu do Índio e lá organizaram a Aldeia Maracanã. Publicado ontem (25) no Diário Oficial do Estado pelo governo do Rio de Janeiro, o edital de concessão, operação e manutenção do Maracanã prevê a demolição da escola. Após pressão da sociedade, o Museu do Índio será preservado, mas os indígenas serão retirados e o prédio abrigará o futuro Memorial Olímpico.

A ferrenha oposição dos pais dos alunos e o fato de a Friedenreich ter sido considerada a quarta melhor escola do Rio segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não sensibilizaram o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. O edital de concessão do Maracanã prevê que a escola seja demolida e reconstruída no terreno onde hoje já existe a Escola Municipal Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca e distante cerca de dois quilômetros do Maracanã.

Após a demolição da escola, de acordo com o edital, serão erguidas no local duas salas de aquecimento para as seleções que forem jogar no estádio durante a Copa do Mundo. As instalações, segundo o governo, servirão também em 2016, quando serão utilizadas por atletas que forem competir no Maracanãzinho.

Já se sabia desde janeiro que o prédio do antigo Museu do Índio, ainda objeto de disputa na Justiça entre os moradores da Aldeia Maracanã e o governo, não será mais demolido. A novidade do edital publicado ontem, que já havia sido antecipada por Cabral durante um evento do Comitê Olímpico Internacional (COI) na semana passada, é que o local não mais abrigará o Centro Cultural Indígena, como chegou a ser cogitado, nem algo parecido.

Após o restauro, o prédio abrigará o Memorial Olímpico: “A concessionária vencedora do edital do Maracanã será responsável pelo restauro, recuperação e preparo do prédio, e o memorial será administrado pelo Comitê Olímpico Brasileiro”, disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB.

A sessão de licitação está marcada para 11 de abril, no Palácio Guanabara. Segundo o edital do governo, a empresa vencedora ficará também responsável por gerir o Maracanãzinho e as obras de adaptação do entorno do Complexo do Maracanã, o que inclui o prédio do Museu do Índio. Também estão confirmadas as demolições do Parque Aquático Júlio Delamare e do Estádio de Atletismo Célio de Barros, para desespero de nadadores e atletas brasileiros que ainda não têm novo abrigo definitivo para substituir os dois ícones do esporte no Rio, ambos considerados excelentes pontos para treinos e competições.

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