Adequação

CEUs terão de volta sua ‘vocação original’, diz secretário a artistas e educadores

Fórum pediu retomada das oficinas e dos cursos também nas Casas de Cultura de São Paulo, além de outras reivindicações

São Paulo – Artistas e arte-educadores do Fórum de Cultura pediram ontem (29) a retomada do conceito de cidade educadora em São Paulo e das oficinas e cursos nos Centros de Educação Unificados (CEUs) e Casas de Cultura da cidade. As propostas surgiram durante reunião no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, em que participaram os secretários municipais de Educação, Cesar Callegari, e de Cultura, Juca Ferreira – além da deputada federal Luíza Erundina (PSB-SP) e do vereador Paulo Reis (PT), presidente da Comissão de Cultura, Educação e Esporte da Câmara.

Entre as propostas apresentadas, está a maior transparência no processo de seleção da programação das equipamentos culturais, adequação das condições técnicas dos espaços, como isolamento acústico, prioridade de apresentações para estudantes e o fim de discrepâncias no pagamentos, que, segundo o fórum, seriam baseadas no “prestígio midiático” de alguns  de atores músicos e oficineiros.

Callegari afirmou que os CEUs irão atender à determinação do prefeito Fernando Haddad (PT) para que seja recuperada sua vocação original de articular o território. “Não apenas do ponto de vista do território formal, mas do território das relações sociais, das relações criativas, da pluralidade de fórmulas e ideias e das manifestações sociais”, disse.

Ele enfatizou a importância da formação continuada dos gestores das unidades. “Tem que ser mulheres e homens preparados para serem gestores da educação, culturais e esportivos. Essas pessoas têm que ter preparação permanente”, afirmou.

Atualmente, existem 45 CEUs em funcionamento. A construção de novos 20 são promessas da gestão Haddad. Quatorze já tem localização escolhida e usarão parte da infraestrutura de equipamentos já existente, como os Clube Escolas.

Juca Ferreira voltou a afirmar que reivindica o retorno para sua pasta das Casas de Cultura, equipamentos espalhados pela periferia e que poderiam ter papel importante para a difusão do conceito de cidade educadora.

Para ele, os equipamentos perderam “seu sentido inicial” ao serem transferidos para a gestão das subprefeituras e passaram a servir como “representação informal” de vereadores que cedem cargos para apoiadores.

“Isso é uma demanda constante, recorrente em toda a periferia da cidade. E eu quero que as Casas de Cultura façam parte do sistema e, junto com os CEUs e outros equipamentos, cumpram três funções: potencializar os processos culturais locais; possibilitar a formação na área de cultura, não só artísticas, mas técnica e de gestão; e levar programação do que é não produzido localmente”, elencou.