Após alta no primeiro mês do ano, produção industrial cai em fevereiro

Resultado mensal foi o pior em quatro anos, diz o IBGE. Atividade avança no bimestre e cai no acumulado em 12 meses, com 'redução na intensidade de queda'

São Paulo – Depois de avançar 2,6% em janeiro, a produção industrial brasileira recuou 2,5% no mês passado, segundo informou hoje (2) o IBGE, na retração mensal mais elevada desde dezembro de 2008 (-12,2%). Na comparação com fevereiro de 2012, a atividade registra queda de 3,2%, após avanço de 5,5% em janeiro. De acordo com o instituto, a produção sobe 1,1% no bimestre e cai 1,9% em 12 meses, com “redução na intensidade de queda frente as marcas registradas em dezembro (-2,6%) e em janeiro (-2,0%)”.

De janeiro para a fevereiro, a atividade industrial caiu 15 dos 27 ramos pesquisados, com destaque para o setor de veículos de automotores, que teve retração de 9,1%, após crescer 6,2% em janeiro. O IBGE também destacou os recuos da área farmacêutica (-10,8%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,8%), alimentos (-1,3%), mobiliário (-9,9%), celulose, papel e produtos de papel (-2,0%) e indústrias extrativas (-1,9%). Com exceção deste último, que acumula queda de 8,8% em dois meses, os demais tiveram resultados positivos no primeiro mês do ano.

Registraram alta em fevereiro os setores outros equipamentos de transportes (9,6%), máquinas e equipamentos (1,7%), fumo (36,2%, recuperando parte da perda de janeiro, 53,7%) e máquiinas, aparelhos e materiais elétricos (4,6%).

Na comparação com fevereiro de 2012 (-3,2%), 18 das 27 pesquisadas mostram queda na produção. O IBGE lembra que, neste ano, o mês teve um dia útil a menos. A atividade no setor farmacêutico caiu 14,6% e nas indústrias extrativas, 9,9%. Em metalurgia básica, a retração foi de 8,9%.

No primeiro bimestre (alta de 1,1%), 11 dos 27 ramos tiveram taxas positivas, aponta o IBGE. Um destaque é o de veículos automotores, com alta de 21,6% e “impulsionado pelo crescimento na produção de aproximadamente 80% dos produtos investigados no setor, com destaque para a maior fabricação de caminhão-trator para reboques e semirreboques, automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias, chassis com motor para caminhões e ônibus, reboques e semirreboques e motores diesel para caminhões e ônibus”. O instituto destaca a influência da baixa base de comparação, “já que esse setor rcuou 27,7% nos dois primeiros meses de 2012”, por causa de férias coletivas em várias empresas.

Ainda nos dois primeiros meses de 2013, também tiveram influência positiva no resultado geral os setores de refino de petróleo e produção de álcool (5,8%), outros equipamentos de transporte (8,9%), borracha e plástico (4,6%), bebidas (4,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,4%).

O IBGE destaca maior dinamismo na categoria bens de capital (13,3%) e bens de consumo duráveis (4%), com impulso de produtos como caminhões, aviões e automóveis, mas volta a salientar a base de comparação fraca, já que, em igual período de 2012, essas duas categorias caíram 16,4% e 15,4%, respectivamente. No acumulado em 12 meses, bens de capital tem queda de 7,8%, enquanto bens duráveis fica praticamente estável (-0,3%).