Com recuo em maio, IPCA acumulado fica abaixo de 5% pela primeira vez desde 2010

Segundo o IBGE, índice mantém trajetória descendente desde setembro do ano passado; de lá para cá, perdeu mais de dois pontos percentuais

São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou maio com variação de 0,36%, bem abaixo do mês anterior (0,64%) e aquém de maio do ano passado (0,47%), informou hoje (6) o IBGE. A taxa está acumulada no ano em 2,24%, ante 3,71% em igual período de 2011. Em 12 meses, o IPCA atingiu 4,99% e ficou abaixo dos 5% pela primeira vez dede setembro de 2010. O instituto lembra que a o índice mantém trajetória descendente iniciada de setembro para outubro do ano passado, quando passou de 7,31% para 6,97%.

Mesmo com impacto de 0,04 ponto percentual, o cigarro teve influência na redução do IPCA, segundo o instituto, porque a alta passou de 15,04%, em abril, para 4,64%. Os empregados domésticos passaram de 1,86% para 0,66%, fazendo o grupo Despesas Pessoais passar de 2,23% para 0,60%. O grupo com taxa mais alta foi o do Vestuário, 0,89%, com desaceleração ante o mês anterior (0,98%)

Alimentação e Bebidas subiu de 0,51% para 0,73%. O preço do feijão subiu 9,10%, ante 10,23% em abril, e totalizou alta de 49,25% no ano, “tendo em vista a menor oferta do produto, cuja safra foi prejudicada nas regiões produtoras em função de problemas climáticos, além da redução da área plantada”, informou o IBGE. O arroz teve alta de 2,11%, ante 0,44% no mês anterior.

As despesas com Comunicação passaram de 0,46% para -0,19%, segundo o instituto reflexo das ligações da telefonia fixa para móvel “terem retornado, em 25 de abril, ao valor anterior ao reajuste, eliminando o aumento verificado a partir de 11 de março”. Isso fez o custo do telefone fixo cai 1,40%, após alta de 0,57% em abril. As contas de telefone celular passaram de 1% para 0,62%, “complementando reajuste médio de 6% nas tarifas de uma das operadoras em vigor a partir de 15 de abril”.

As despesas com transportes foram de 0,10% para -0,58%, com impacto de  menos 0,06 ponto por causa das passagens aéreas (-10,85% de redução nas tarifas). Os automóveis usados foram de 0,38% para -1,40%, o etanol passou de 0,81% para -1,34% e o preço da gasolina também recuou, de -0,27% para -0,52%. Entre as altas, os destaques foram o seguro voluntários para veículo (de 1,14% para 1,67%) e o táxi (de 1,44% para 1,16%).

Também subiu no mês a taxa de água e esgoto (2,32%, ante 0,98% em abril). “Foram registradas variações nos valores das contas de Goiânia (5,37%), reflexo do reajuste de 5,43% vigente a partir do dia primeiro de maio; Belo Horizonte (5,54%), com reajuste de 5,44% em 13 de maio, além do aumento decorrente de mudança no método de cobrança; Fortaleza (8,36%), com reajuste de 12,00% a partir de 30 de abril; e Salvador (11,56%), com reajuste de 12,89% a partir de primeiro de maio”, afirma o IBGE.

O grupo Habitação manteve a alta de abril (0,80%), com a tarifa de energia subindo de 0,46% para 0,72%, “sob influência, principalmente, de aumentos ocorridos em Salvador (5,78%), cujo reajuste de 6,15% ocorreu em 22 de abril, e em Recife (6,84%), com reajuste de 5,41% a partir de 29 de abril.”. As tarifas ficaram mais 8,20% menores em Fortaleza (-7,91%) a partir de 22 de abril. No mesmo grupo, as despesas com habitação subiram 0,63%, ante 0,82% em abril, e o condomínio foi de  1,01% para 0,47%. Também recuaram os artigos de limpeza (de 1,38% para 0,20%) e o gás de botijão (de 0,65% para 0,13%). Os eletrodomésticos subiram 0,46%, após queda de 0,90% em abril.

Entre as regiões, a maior taxa foi de Salvador (0,72%), com impacto de taxa de água e esgoto (11,56%) e da energia elétrica (5,87%). As menores foram de Brasília (0,06%), onde os alimentos recuaram -0,04%, e no Rio de Janeiro (0,07%), com queda de 1,05% no emprego doméstico. O índice variou 0,43% em Belém, 0,65% em Belo Horizonte, 0,45% em Curitiba, 0,35% em Fortaleza, 0,45% em Goiânia, 0,43% em Porto Alegre, 0,61% Recife e 0,22% em São Paulo (após alta de 0,66% em abril). O IPCA refere-se a famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e é calculado em nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 0,64%, em abril, para 0,55% – em maio do ano passado, ficou em 0,57%. Está acumulado em 2,29% no ano (ante 3,48% em igual período de 2011) e em 4,86% em 12 meses, próximo do período imediatamente anterior (4,88).

 

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