Grande São Paulo atinge ‘patamar mítico’ e número de desempregados fica abaixo de 1 milhão

Com base nas médias anuais, região metropolitana tem 815 mil desempregados a menos em oito anos

São Paulo – A região metropolitana de São Paulo chegou em dezembro a menos de 1 milhão de desempregados (968 mil) pela primeira vez em 21 anos, com exceção de um mês em 1995. Um “patamar mítico”, definiu, em tom de brincadeira, o coordenador de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian. Com base nas médias anuais, a região metropolitana de São Pauo reduziu o número de desempregados em 815 mil nos últimos oito anos.

 

Taxa média de desemprego na Grande São Paulo

AnoTaxa média (%)
1985 12,2
1986 9,6
1987 9,2
1988 9,7
1989 8,7
1990 10,3
1991 11,7
1992 15,2
1993 14,6
1994 14,2
1995 13,2
1996 15,1
1997 16,0
1998 18,2
1999 19,3
2000 17,6
2001 17,6
2002 19,0
2003 19,9
2004 18,7
2005 16,9
2006 15,8
2007 14,8
2008 13,4
2009 13,8
2010 11,9
2011 10,5

 Fonte: Fundação Seade/Dieese

A taxa de desemprego no último mês de 2011 caiu pela quarta vez seguida e chegou a 9%, a menor desde fevereiro de 1990 (8,1%). Há três meses consecutivos está abaixo de dois dígitos, o que não acontecia desde 1990. Na comparação entre dezembro e igual mês de 2010, são 120 mil desempregados a menos, queda de 11%.

“Vamos voltar à era de um dígito, nos juros e no desemprego”, comentou o economista Sérgio Mendonça, do Dieese. Ele considera, inclusive, “bem consistente” a possibilidade de que o mercado de trabalho continue apresentando resultados favoráveis, com redução da taxa de desemprego favorecida por um crescimento da economia entre 3% e 4% e menor pressão da PEA. Eles lembram que no último quadrimestre do ano passado a economia já mostrou alguma recuperação. Mendonça faz ressalva para a economia europeia. “Uma crise bancária na Europa coloca o mundo em polvorosa”, diz.

A economia brasileira deve crescer um pouco mais do que em 2011 (as estimativas vão de 3% a 5%) e há menos pressão no mercado de trabalho. Os técnicos relacionam o crescimento menos intenso da PEA (população economicamente ativa), basicamente, a fatores demográficos (com menor expansão da população em idade ativa) e pela menor necessidade das familias, diante do crescimento do emprego (especialmente com carteira), o que pode levar outros integrantes da família a retardar a entrada no mercado. “Estamos passando por um processo contínuo de formalização”, diz Loloian.

Em relação a dezembro de 2010, a região metropolitana de São Paulo tem 120 mil desempregados a menos (queda de 11%) e 104 mil ocupados a mais (aumento de 1,1%). Na média anual, a ocupação cresceu 1,9% (181 mil a mais) e o total de desempregados recuou 11,5% (146 mil a menos).

Na comparação mensal, o rendimento médio dos ocupados (R$ 1.574) subiu 0,5% – em relação a novembro de 2010, caiu 2,9%. Na média anual, a renda média subiu 1,1%, enquanto a massa de rendimentos aumentou 3,1%.

“Apesar de não ter sido deslumbrante, o ano refletiu-se positivamente no mercado de trabalho”, diz Loloian. “Para uma economia que está crescendo menos de 3%, os resultados não deixam de ser positivos.”

O tempo de procura por emprego também tem diminuído na Grande São Paulo. Em dezembro, esse período foi, em média, de 29 meses, ante 33 em igual mês do ano anterior. Nos piores momentos, superou os 50 meses.

 

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