Mantega vê piora da crise e critica europeus por deixarem ‘as coisas degringolarem’

O ministro Guido Mantega afirmou que o Brasil só libera maios dinheiro ao socorro europeu após serem cumpridas as promessas de recuperação (Foto: Valter Campanato. Agência Brasil) São Paulo – […]

O ministro Guido Mantega afirmou que o Brasil só libera maios dinheiro ao socorro europeu após serem cumpridas as promessas de recuperação (Foto: Valter Campanato. Agência Brasil)

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (8) ver uma piora da crise econômica que afeta principalmente a União Europeia e os Estados Unidos. Ele acrescentou que o Brasil ainda não fechou o valor que será destinado para fortalecer o Fundo Monetário Internacional (FMI), e condicionou a liberação de verbas a uma proposta concreta dos líderes das nações ricas.

“O Brasil estava disposto a fortalecer o FMI junto com outros países, mas isso dependia de que os europeus cumprissem a tarefa que se dispuseram a fazer. Em função disso, não foi feita nenhuma proposta concreta com números. Não quer dizer que no futuro isso não possa acontecer”, disse durante conversa com jornalistas em Brasília.

O ministro criticou a demora da União Europeia em encontrar saídas para a crise. Na última semana, fracassou o esforço feito na Cúpula do G20, que reuniu em Cannes os chefes de governos das principais economias mundiais, de atingir uma proposta conjunta para o enfrentamento dos problemas. Em paralelo, caiu o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, que propôs a realização de um referendo para consultar a população sobre o pesado pacote fiscal imposto pelos líderes europeus. E aumentou a desconfiança de que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não seja capaz de sanar a economia de sua nação.

“Estão deixando as coisas degringolarem. Só agora vão resolver o problema da Grécia e já tem outro problema para resolver, que é a Itália. Nós pressionamos bastante os europeus, os Estados Unidos e os Brics, mas eles têm os seus problemas políticos para resolver”, disse Mantega, acrescentando que a questão italiana, embora se mostre menos grave, tem um potencial maior de estrago. A Itália é a terceira maior economia da União Europeia, e sua dívida está em 1,9 trilhão de euros.

O ministro argumenta ainda que a saída de capitais de nações emergentes, questão que por enquanto não afeta o Brasil, é entendida como outro sinal de agravamento da crise. Para ele, isso pode resultar em novos problemas para economias mais frágeis, sem reservas financeiras suficientes para dar conta de uma mudança no quadro cambial. “Nós temos que nos preocupar com isso porque se os emergentes forem atingidos, a situação internacional vai ficar pior”, disse.

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