Apesar do nível bom de emprego, salário e condições de trabalho precisam melhorar

Ao lado do setor financeiro e da saúde, indústria remunera melhor os trabalhadores e precisaria receber mais incentivos (Foto: © Guilherme Pupo/Folhapress- arquivo) São Paulo – O economista Sérgio Mendonça, […]

Ao lado do setor financeiro e da saúde, indústria remunera melhor os trabalhadores e precisaria receber mais incentivos (Foto: © Guilherme Pupo/Folhapress- arquivo)

São Paulo – O economista Sérgio Mendonça, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), considera que o principal desafio para o país em relação ao mundo do trabalho é melhorar qualidade dos empregos existentes. “Somos um país que, historicamente, tem salários baixos”, disse Mendonça à Agência Brasil.

Esse padrão é expresso no fato de que, apesar de 90% dos postos de trabalho criados atualmente no Brasil serem com carteira assinada, segundo o economista, a maior parte das vagas paga até dois salários mínimos (R$ 1.090,00).

Nesta terça-feira (19), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nova redução nos índices de desemprego. E o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, mostrou o mercado de trabalho aquecido na criação de postos de trabalho. Em 2010, 2,5 milhões de empregos formais foram criados. Em 2011, de janeiro a junho, segundo o Caged, são 1,41 milhão de novas vagas.

Mendonça defende duas formas de melhorar a remuneração média dos trabalhadores. De um lado, seria necessário apostar no fortalecimento de setores como a indústria, o setor financeiro e o de saúde, cujos salários são melhores. De outro, é importante investir em educação para formar profissionais para ocupar vagas mais bem remuneradas.

Em função do desaquecimento da economia, provocado por medidas restritivas adotadas pelo governo, como corte no orçamento, elevação da taxa de juros e as chamadas medidas “macroprudenciais” – de contenção do crédito –, o economista considera que o país pode terminar o ano com um número de empregos criados menor do que 2010.

Apesar disso, ele lembra que “o emprego cresce no segundo semestre”, por causa do aumento de produção e de movimento no comércio relacionado às festas de fim de ano.

Com informações da Agência Brasil