Por direito à moradia, famílias acampam em frente à prefeitura de SP

A família da dona de casa Vanda mora “de favor” na casa de vizinhos. Ela e os filhos aguardam negociação com a prefeitura, acampados no viaduto do Chá. (Foto: Rede […]

A família da dona de casa Vanda mora “de favor” na casa de vizinhos. Ela e os filhos aguardam negociação com a prefeitura, acampados no viaduto do Chá. (Foto: Rede Brasil Atual)

São Paulo – Representantes de movimentos de moradia popular acamparam em frente ao gabinete do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), desde a madrugada desta segunda-feira (26). Dois prédios no centro também foram ocupados, incluindo o edifício Prestes Maia, motivo de luta para certenas de famílias. De acordo com a Frente de Luta por Moradia (FLM) há mais de 400 imóveis vazios no centro que poderiamser destinados a  moradia de interesse social.

Os organizadores afirmaram que 1.700 pessoas foram mobilizadas no acompamento. Segundo Maria do Planalto, da coordenação do Movimento Terra da Nossa Gente, a ocupação em frente à prefeitura vai durar até que o prefeito negocie com as famílias. “Milhares de pessoas foram despejadas do Alto Alegre e não têm para onde ir”, denuncia.

O movimento montou cabanas e famílias inteiras aguardam uma resposta da prefeitura junto a colchões, malas e comida, no viaduto do Chá, debaixo de sol quente.

Reivindicações

  • desapropriação do terreno onde as famílias viviam na rua Bento Guelf, em São Mateus, até outubro de 2009;
  • carta de crédito municipal para o programa federal “Minha Casa, Minha Vida”;
  • assinatura do convênio de Gestão Compartilhada entre prefeitura, Estado e Governo Federal para construção de apartamentos.

A maior parte dos acampados fazia parte da ocupação Alto Alegre, na zona Leste da capital paulista, e foram despejados em outubro do ano passado.

Desde que foi despejada com a família da antiga ocupação, Vanda conta que mora com os dois filhos e o marido “de favor” na casa de vizinhos. “Já passamos por cinco casas”, afirma. Segundo ela, o salário do marido, que é ajudante mecânico, não é suficiente para pagar aluguel e manter a familia.

Angela tem um menino de três anos, mora com parentes e com um salário mínimo de renda, diz que precisa escolher: “ou damos de comer às crianças ou pagamos aluguel”, desabafa.

Grávida de cinco meses, Caroline de 24 anos, vendedora, também participa do movimento. Ela mora com o marido em uma casa de dois cômodos em um quintal com mais quatro casas. “Vim aqui pedir moradia digna”, cita.

De acordo com Maria do Planalto, à noite o acampamento será ainda maior, porque “muitas pessoas saíram para trabalhar, mas vêm passar a noite em mobilização”, informa.

Dentistas dão cartão vermelho ao prefeito de SP

No começo da tarde, uma comissão da FLM conseguiu reunir-se com representantes da Secretaria Municipal de Habitação em busca de soluções para as famílias.

Prédios

No início da manhã, mais de mil sem-teto também ocuparam o edifício Prestes Maia, próximo à estação da Luz e um prédio na avenida Nove de Julho que pertencia ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), além de um terreno no M’ Boi Mirim, na zona sul da cidade.

Dentistas

Um caminhão de som do Sindicato dos Odontologistas de São Paulo, também chegou à sede da prefeitura, no início da tarde. Os manifestantes sugeriam “um cartão vermelho para o prefeito Gilberto Kassab”.

Segundo o sindicato, além de baixos salários e nenhum horizonte de reajuste salarial durante tentativa de negociação com a prefeitura, os profissionais sofrem com os equipamentos dentários sucateados e falta de condições de trabalho.

Os odontologistas estão em greve desde o dia 22 de abril.

 

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