Moradores de áreas alagadas na zona Leste ocupam terreno da prefeitura de SP

Água não recua em parte do Jardim Pantanal e grupo alega que prefeitura derrubou casas, mas não deu alternativa de moradia

São Paulo – Cerca de cem famílias do Jardim Pantanal, bairro atingido por sucessivas enchentes desde dezembro de 2009, ocuparam terreno da prefeitura de São Paulo, na noite do sábado (17). De acordo com os moradores, a prefeitura derrubou suas casas, mesmo de quem não aderiu ao programa bolsa-aluguel, mas não ofereceu alternativas de moradia.

“Perdemos tudo nas enchentes no Jardim Panatanal: casas, móveis e até empregos”, informou uma moradora que prefere não se identificar. Segundo ela, parte dos moradores perdeu o emprego, porque faltou ao trabalho, durante as enchentes, “para salvar a família ou a casa”.

O terreno ocupado fica na Vila Curuça, zona Leste da capital paulista e foi desapropriado pela prefeitura por decreto no final de dezembro. O local se destinaria à construção de moradias, mas depois de cinco meses de enchentes “nada foi construído” para atender os moradores desalojados, diz.

Os moradores reivindicam:

  • fim das remoções e derrubada das moradias;
  • fim do terrorismo e falta de respeito aos direitos humanos da população, por parte do governo na área inundada;
  • construção imediata de casas para abrigar as famílias atingidas;
  • concessão de novas moradias, sem custo, a título de troca da casa atingida;
  • indenização pelos prejuízos causados pela fechamento da barragem da Penha.

Outro problema é a intenção da prefeitura de construir apartamentos e de cobrar pelas novas moradias. “Nós perdemos nossas casas que são a construção de toda uma vida, não é justo termos que pagar de novo”, desabafa outro morador.

Uma carta foi entregue à vizinhança explicando o motivo da ocupação. “A maior parte nos apoia e diz ‘é isso mesmo'”, revela.

Até a tarde de segunda-feira (19), a prefeitura não havia procurado os moradores para dialogar.

 

 

 

 

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