Engenheiros vão sugerir ações contra enchente a novos prefeitos da Grande SP

Chuvas devem aumentar no próximo verão. Prefeitura da capital não realizou todas as obras prometidos para evitar danos à população

Expectativa é que volume de chuvas seja maior no verão de 2013 (Foto:Arquivo RBA)

São Paulo – O Sindicato dos Engenheiros de São Paulo entregará em 10 dias, aos prefeitos eleitos na região metropolitana da capital paulista, sugestões para o combate às enchentes. Técnicos se reuniram hoje (28) em um seminário na sede do sindicato da categoria para elaborar o documento e se mostraram pessimistas em relação às medidas adotadas até aqui pela prefeitura da capital, cuja gestão de Gilberto Kassab (PSD) termina em 31 de dezembro.

Das 13 metas estipuladas pelo próprio Kassab para a melhoria da drenagem da cidade, apenas quatro foram cumpridas. 

Para agravar o problema, a expectativa é que volume de chuva no verão 2013 seja maior do que o registrado no inicio desse ano, segundo o chefe de gabinete da subprefeitura de São Miguel Paulista, o coronel Coronel Luiz Dias Filho, presente no evento. 

“Nós estamos pensando no problema do lixo, na questão da limpeza dos córregos, nos mananciais, nas edificações mal localizadas. Nós temos que pensar onde estão os problemas e como faremos para resolvê-los. Os problemas têm solução. O que precisamos é ter vontade política, porque é preciso ter coragem”, disse Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros.

Entre as medidas que serão entregues às equipes de transição, estão o aumento da participação das subprefeituras na prevenção de riscos e cuidados à população em caso de situação de emergência; o aumento da participação da comunidade na elaboração de planos de mitigação de risco; a maior transparência sobre as medidas adotadas; e a flexibilização do horário de coleta de lixo no centro expandido. Essa última medida é considerada importante para evitar que sacos de lixo sejam levados pela chuva, cuja tendência maior de precipitação é no período da tarde, enquanto as coletas nessa área são feitas fora do horário comercial, para não prejudicar o trânsito.

“Todos os problemas tem solução em engenharia. Depende do custo. Às vezes o financeiro, às vezes o social”, afirma o ex-coordenador de obras de operações urbanas da Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (Emurb), engenheiro Ricardo Pereira. 

Segundo o engenheiro, problemas recorrentes, como os alagamentos na região da Barra Funda e do Vale do Anhangabaú, têm soluções baratas e já conhecidas pela gestão municipal. 

“Existem projetos há 10 anos para acabar com essas  enchentes que, por questões de prioridade, não se implantam”, garante. “Agora, a prefeitura está sendo forçada pela Fórmula 1 a investir R$ 500 milhões para construir um novo autódromo para renovar com a modalidade. Eu faria um uso muito melhor em áreas de enchente. Então são questões de prioridade de alocação de recursos”, afirma.