Moradores de favela incendiada em São Paulo têm dificuldade para voltar às casas

Famílias aguardam atendimento habitacional enquanto há divergência entre órgãos da prefeitura

Entulhos da favela da Estação do Ipiranga após incêndio. Famílias lutam para voltar às suas casas. (Marcelo Camargo/ABr)

São Paulo – Apenas 61 das 141 famílias desabrigadas no incêndio da favela da Estação Ipiranga, na zona leste de São Paulo, irão receber bolsa-aluguel de R$ 300 a partir de hoje (6). As outras 80 famílias terão de aguardar o atendimento habitacional por não terem como provar que moravam no local, mostra reportagem da Rádio Brasil Atual. Os documentos foram perdidos no incêndio, no dia 23 de agosto.

“O combinado com a prefeitura era que os moradores da favela entrassem no programa de bolsa-aluguel até que o atendimento habitacional fosse realizado”, lembra André Delfino da Silva, do Movimento de Defesa dos Favelado. 

Leia mais: 

As famílias cadastradas, 30 – as que conseguiram salvar seus documentos –, já irão receber o auxílio na Secretaria Municipal da Habitação. O outro grupo ainda está tirando nova via da documentação perdida no incêndio, e só assim poderá receber o auxílio.

Outras 28 famílias estão lutando para retornar às suas casas, que não foram atingidas pelo fogo. Delfino da Silva afirma que a divergência entre a secretaria municipal de Habitação e a subprefeitura da Vila Prudente/Sapopemba, prejudica a situação já delicada dos moradores. “A subprefeitura entende que estas casas podem ter sido atingidas estruturalmente, e por isso terão de ser demolidas”. A Secretaria Municipal de Habitação fez o mapeamento dos lotes e entendeu que algumas áreas não foram atingidas pelo incêndio. Sendo assim, os moradores poderiam retornar às suas casas.

Os moradores rejeitaram o encaminhamento dado pela prefeitura de levá-los para albergues por não considerarem o tipo de atendimento adequado. Em casos como este, muitas famílias são separadas ao chegarem nas estruturas de atendimento provisório. Algumas pessoas ainda estão abrigadas na escola de samba próxima à favela e outras debaixo de um viaduto. 

Ouça aqui a reportagem de Anelize Moreira. 

Leia também

Últimas notícias