Maior favela do Rio, Rocinha já tem sua UPP

Vigésima oitava Unidade de Polícia Pacificadora inaugurada na cidade terá efetivo de 700 homens e contará com ajuda de câmeras e motocicletas

Com a UPP, policiamento na favela da Rocinha contará com 700 policiais, além de 100 câmeras de vigilância e 12 motocicletas (Foto: Guto Maia/Brazil Photo Press/Folhapress)

Rio de Janeiro – A política de instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas comunidades do Rio de Janeiro dominadas pelo tráfico de drogas chegou à maior e mais famosa favela da cidade. Em uma cerimônia que contou com as presenças do governador Sérgio Cabral e do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, entre outras autoridades, foi inaugurada hoje (20) a UPP da Rocinha, comunidade habitada por 70 mil pessoas e que ocupa uma área de 840 mil metros quadrados na zona sul do Rio.

A inauguração da UPP conclui um processo iniciado em novembro do ano passado, quando as primeiras forças policiais começaram a se instalar na Rocinha. Atualmente, o efetivo é de 400 homens, em sua maioria proveniente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Com a UPP, esse efetivo passará a ser de 700 homens, exclusivamente lotados nas nove bases que serão distribuídas pela comunidade. A sede, localizada no Parque Ecológico, e mais duas bases começaram a funcionar hoje.

Os policiais da UPP da Rocinha contarão com a ajuda de 100 câmeras de monitoramento instaladas em toda a comunidade, além de 12 motocicletas, veículos considerados fundamentais para o patrulhamento das centenas de vielas que cortam a favela. O comando da UPP ficará a cargo do major Édson Raimundo dos Santos, o mesmo que comanda as ações desde o início da ocupação permanente pela polícia.

Em seu discurso durante a cerimônia de inauguração da 28ª UPP instalada em sua gestão, Beltrame fez um balanço desses 10 meses de presença policial na Rocinha, quando diversos confrontos ocorreram e causaram a morte de doze pessoas: “Tivemos acertos e desacertos, mas tenho certeza de que os aspectos positivos aconteceram em maior número que os negativos”, disse.

A última ocorrência na Rocinha foi no último dia 13, quando o soldado da PM Diego Bruno Barbosa Henriques foi assassinado após ser surpreendido por traficantes ao patrulhar as vielas da favela. Apontado pela polícia como autor do disparo que matou Diego Bruno, o traficante Rafael Silva de Barros, de 18 anos, foi levado à delegacia pelo próprio pai e confessou o crime. Um segundo suspeito está foragido.

O governador Sérgio Cabral lamentou a morte do policial militar, mas ressaltou a atitude do pai de Rafael como exemplo da disposição dos habitantes da Rocinha em colaborar com as forças de segurança: “Tudo o que acontece é rapidamente apurado, pois os moradores da Rocinha não querem mais a lei do silêncio que era imposta pelos bandidos. Antes, a polícia invadia a Rocinha. Agora, o bandido é que é o invasor”, disse.