Desrespeito a Lei Antifumo em São Paulo alcança até grandes casas de show

Jovens fumam durante show de grupo musical em São Paulo: cigarros e drogas continuam consumidas em casas de espetáculos (Foto: Patrícia Silva) São Paulo – O artista canta, as pessoas […]

Jovens fumam durante show de grupo musical em São Paulo: cigarros e drogas continuam consumidas em casas de espetáculos (Foto: Patrícia Silva)

São Paulo – O artista canta, as pessoas se agitam e todos curtem a adrenalina do espetáculo. Mas, em meio ao show, uma espessa camada de fumaça contamina o ambiente. Desde 2009, é proibido fumar em qualquer estabelecimento fechado em São Paulo e em outros estados. Porém, abusos são encontrados comumente, até mesmo, em uma das principais casas de show da capital paulista.

Durante um show do grupo O Rappa, no Via Funchal, na zona sul da capital paulista, a reportagem flagrou parte da audiência consumindo cigarros e maconha dentro do espaço. “A maioria fuma mesmo, diferente é quem não fuma”, afirma a universitária Elaine Oliveira, de 28 anos.

Os clientes da casa chegaram a esperar mais de 30 minutos para entrar no local devido à revista dos seguranças que, posteriormente, se mostrou ineficaz. Alguns produtos foram barrados, principalmente as bebidas, até porque elas estão disponíveis para venda no próprio local, enquanto outras drogas acabaram sendo levadas ao interior da casa. Os seguranças da casa circulavam apenas no fundo do salão. 

Placas com a indicação da Lei Antifumo (13.541/09) estavam expostas nos dois lados da pista e um vídeo com a restrição também foi transmitido antes do show. No entanto, as informações foram insuficientes para inibir os usuários. “Como se não tivesse ninguém fumando aqui”, ironizou um dos espectadores.

“Já vi gente fumando em vários shows, nos de rock principalmente, mesmo em local fechado”, afirma Elaine, que ressalta não fumar e considera que o álcool é mais perigoso do que as drogas ilícitas. “Tanto drogas, quanto cigarro eu não gosto. O cheiro dos dois é horrível”, afirma. Ela diz não ficar incomodada porque “o pessoal fica na deles” (sic).

De acordo com o gerente operacional do Via Funchal, Marcos Livi, a casa adota medidas para inibir o consumo de drogas. “Em qualquer aglomeração de público, você pode ter mais dificuldade (para conter o consumo). A casa segue a Lei Antifumo”, garante. O Via Funchal recebeu 12 mil pessoas durante os dois dias de show do Rappa. Desse total, 38 foram retiradas por abusos e comportamentos inadequados.

Para a fiscalização, o espaço conta com uma equipe de seguranças de funcionários da casa, apoiada por outra, contratada eventual, que circula sem identificação entre o público, além de declarar obediência a alguns ditames da regulamentação de casas de shows. “Temos revista, área para fumantes e as bebidas são vendidas apenas para maiores de 18 anos”, ressalta Livi.

Para ele, o maior problema dos espetáculos é o que os clientes consomem fora do estabelecimento. “Antes dos shows, as pessoas fazem uma ‘mistureba’, o ‘esquenta’, é um excesso absurdo.”

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