Mudanças no Projeto Nova Luz, em São Paulo, não satisfazem associação

Comerciantes da região da Luz, em São Paulo, têm reivindicações a negociar com a prefeitura antes de alterações (Foto: Mauricio Morais/RBA) São Paulo – Para a presidenta da Associação de […]

Comerciantes da região da Luz, em São Paulo, têm reivindicações a negociar com a prefeitura antes de alterações (Foto: Mauricio Morais/RBA)

São Paulo – Para a presidenta da Associação de Moradores Amoaluz, Paula Ribas, as mudanças no Projeto Nova Luz anunciadas pela prefeitura da capital paulista não contemplam as reivindicações dos residentes da região. A iniciativa de requalificação do bairro da região central de São Paulo é articulada pela administração de Gilberto Kassab  (ex-DEM, rumo ao PSD) e enfrenta críticas também de comerciantes.

Em reunião técnica na quinta-feira (16), o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, apresentou ao prefeito e a outros secretários a principal mudança no Nova Luz. Os proprietários vão poder fazer as intervenções em seus imóveis por conta própria, com a condição de atender a diretrizes do projeto urbanístico. Uma das queixas dos proprietários de lojas e restaurantes na região era ter de deixar o ponto durante as obras.

Paula considera que, na alteração, não fica clara a proposta do prefeito em relação à moradia na região. “E os inquilinos, como ficam nessa história? Mesmo os proprietários muitas vezes não têm dinheiro para uma reforma”, aponta.

Segundo Kassab, uma nova apresentação do projeto deve acontecer em julho. “Hoje realizamos a última reunião técnica com várias ideias da comunidade incorporadas ao projeto. A população entendeu a importância das transformações e chegamos a um consenso”,  afirmou o prefeito.

Bucalem garantiu que os inquilinos que forem removidos receberão aluguel social de acordo com as regras da Secretaria da Habitação. A concessionária que vencer a licitação deverá fazer todas as obras de infraestrutura, incluindo calçadas, equipamentos sociais (como creches e postos de saúde) e novas praças. Serão abertas mais passagens entre os quarteirões para pedestres. As obras serão realizadas por etapas para não prejudicar o funcionamento do comércio na região. O projeto vai ser implantado em cinco fases, cada uma corresponde a um conjunto de quadras.

O secretário ressaltou que o projeto prevê um aumento de 90% das habitações com a implementação do Nova Luz –  do total, 2,5 mil unidades ditas de interesse social, para beneficiar a população de baixa renda e outras 2,7 mil novas unidades habitacionais.

“Será uma região ideal, com um grande adensamento populacional que terá disponível, em uma área mais compacta, diversos equipamentos públicos como metrô e serviços de educação e saúde”, complementou Bucalem.

Paula Ribas ressaltou que a criação do primeiro Conselho Gestor das Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), formado na terça-feira (14) na região da Luz e Santa Ifigênia, deverá ser mantido independentemente do que for decidido em relação ao projeto Nova Luz. “Esse projeto só terá um sentido social se garantir a moradia para a população de baixa renda.”

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