Ativistas vão do Masp à Assembleia contra o trecho norte do Rodoanel

Vista da Serra da Cantareira de uma das casas no Jardim dos Cardosos em Guarulhos (Foto: Paula Ribas/Divulgação) São Paulo – “Rodoanel, assim não!” Com esse slogan, ativistas contrários ao […]

Vista da Serra da Cantareira de uma das casas no Jardim dos Cardosos em Guarulhos (Foto: Paula Ribas/Divulgação)

São Paulo – “Rodoanel, assim não!” Com esse slogan, ativistas contrários ao traçado do trecho norte do Rodoanel prometem uma manifestação nesta quinta-feira (14) que sairá do Masp, na avenida Paulista, até a Assembleia Legislativa (Alesp), por volta do meio-dia. Em seguida, eles participam de uma audiência pública para discutir os impactos da obra e possíveis soluções para os problemas.

Estão confirmadas as participações de moradores das regiões atingidas (Guarulhos, Arujá e zona norte de São Paulo), representantes de organizações não governamentais, líderes comunitários e deputados estaduais.

O trecho norte do Rodoanel deverá ter 44 quilômetros, sendo 20 na zona norte de São Paulo, 22 em Guarulhos e dois em Arujá. Serão afetados principalmente os bairros do Jardim Corisco, Vila Rica e a Comunidade Eucaliptos do Jardim Peri, em São Paulo.

Também está em discussão o impacto ambiental das obras. No projeto, a rodovia passaria no meio da Fazenda Santa Maria, área que faz parte dos parques de borda da Cantareira. Há anos, grupos lutam para desapropriá-la e transformá-la em um parque.

Guarulhos

Em Guarulhos, serão desalojadas cerca de 1.500 famílias dos bairros Jardim dos Cordosos e Jardim Siqueira Bueno, da região do Cabuçu. Segundo a bióloga Daniele Marques, moradora da área há 22 anos, poderão ser afetadas indiretamente 75 mil pessoas. Muitas, segundo ela, ganham seu sustento da visitação do Parque Estadual da Cantareira.

Na cidade, foi organizado um comitê que se reúne uma vez por semana na Câmara Municipal de Guarulhos e há reuniões nos bairros afetados uma vez por mês para informar a população sobre os últimos acontecimentos.

 De acordo com Daniele, o modelo de corte e aterro escolhido para Guarulhos tem muito mais impacto negativo do que o modelo de túnel que será feito em São Paulo. Ainda segundo ela, seriam suprimidas cerca de 30 mil árvores.
 
“Com o modelo de túnel não terá a desapropriação das famílias e nem a supressão da vegetação em massa como tá previsto. Porque só vai ter desapropriação onde vai passar o túnel, na abertura e no final do trecho, então essa é a nossa luta e teve todo um estudo técnico que foi elaborado pela Secretaria do Meio Ambiente de Guarulhos, pela Universidade de Guarulhos, geólogos, biólogos e alguns técnicos provando que é possível sim fazer um túnel aqui na região do Cardoso, aqui onde estamos, abortando o corte-aterro”, disse Daniele.