Sobreviventes e familiares de vítimas do Realengo tentam explicar tragédia

São Paulo – Alunos e parentes de vítimas do massacre de crianças da escola municipal Tasso da Silveira, no Realengo, no Rio de Janeiro, buscam explicações para a tragédia. Ao […]

São Paulo – Alunos e parentes de vítimas do massacre de crianças da escola municipal Tasso da Silveira, no Realengo, no Rio de Janeiro, buscam explicações para a tragédia. Ao mesmo tempo, os relatos dos estudantes são importantes para remontar a história daquilo que ocorreu na manhã desta quinta-feira (7), quando o jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou atirando no local.

O Hospital Estadual Albert Schweitzer, que concentra os trabalhos de assistência médica, ganhou também reforço psicológico para lidar com os traumas dos sobreviventes. “Ela não quer voltar para a escola. Não sei o que eu vou fazer”, relata a mãe de uma garota de 13 anos ferida pelos disparos. “Ele (o atirador) entrou na sala, vestindo um jaleco, dizendo que ia dar uma palestra e começou a atirar. Minha filha pegou o celular para pedir socorro, quando ele atirou nela. O tiro pegou na barriga.”

Pai de outra garota ferida, o pedreiro Nilson Rocha, de 56 anos, passou pelo maior susto da vida. “Felizmente, a minha filha está bem. Fez exames e o médico vai decidir se ela continuará aqui ou se será transferida para outro hospital. Ela estava na sala de aula e o atirador chegou baleando todo mundo.”

Pamela Cristina Muniz, aluna do 7º ano da Escola Tasso da Silveira, foi ao hospital em busca de notícias sobre uma colega. Ela contou que os professores levaram os estudantes para o auditório, no último andar do prédio, quando ouviram os tiros. “Subi correndo. Só ouvi os tiros. Lá, eles trancaram a porta com cadeiras e com armários. Foi uma gritaria só. Todo mundo em pânico. Dá medo voltar à escola.”

Valéria Pires perdeu a irmã Samira, de 13 anos, que cursava o 8º ano. “A minha mãe está em estado de choque”, relatou.

Eram menos de 9h da manhã quando o atirador invadiu o colégio munido de dois revólveres e carregadores automáticos. Wellington matou 12 crianças, deixou mais 13 feridas e se suicidou.

O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, ressaltou a assistência prestada pelos funcionários do Albert Schweitzer. “A comoção é muito grande e, ao mesmo tempo há solidariedade. Recebemos médicos do Albert Schweitzer que não estavam de plantão, enfermeiros que apareceram aqui para contribuir, que estão no centro cirúrgico, que estão ajudando e dando suporte para o atendimento as crianças.”

“Eles (os alunos) estão arrasados, precisando de todo o apoio. A ficha ainda não caiu. Agora é momento de trabalhar esse luto, para tentar um reequilíbrio e uma reinserção na sociedade. Porque eles precisam caminhar e continuar suas vidas”, acrescentou a psicóloga Helena Beatriz.

Com informações da Agência Brasil

 

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