Homem invade escola no Rio e mata 12 crianças

Depois de disparar, ele se matou, segundo a Polícia Militar. Carta deixada pelo atirador não explica motivações do crime, nem comprova vínculos religiosos

Rio de Janeiro – Um homem entrou armado, na manhã desta quinta-feira (7), em uma sala de aula de uma escola municipal em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio, o atentado provocou 13 vítimas fatais (10 meninas, dois meninos – com idades entre 12 e 14 anos – além do atirador) e outras 13 pessoas ficaram feridas.

O autor dos crimes é Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que não tinha antecedentes criminais. Ele carregava duas pistolas e muita munição, segundo informações da Polícia Militar. É grande a movimentação de ambulâncias, pais e curiosos em frente à Escola Municipal Tarso da Silveira, na rua General Bernardino. As crianças feridas foram levados para o Hospital Estadual Albert Scweitzer, também em Realengo.

Policiais militares que participavam de uma blitz na rua trocaram tiros com o homem, que morreu ainda dentro da escola. A informação da polícia é de que ele cometeu suicídio. O sargento Alves, da PM, foi o primeiro a entrar na escola. Ele chegou a atingir Wellington na perna, impedindo-o de chegar a outras salas de aula, segundo a Secretaria de Segurança do Rio.

De acordo com o governo do Rio de Janeiro é de que o homem entrou na escola fazendo-se passar por um palestrante. Com o barulho dos tiros, houve muita gritaria e os professores trancaram as portas das salas para proteger os alunos.

Segundo o subprefeito da zona oeste do Rio de Janeiro, Edmar Teixeira, Wellington era ex-aluno da escola e deixou uma carta em que listou os motivos para cometer o crime. Com teor religioso, ele dizia ser portador do vírus HIV.

Sem vínculo com o islamismo

Em entrevista à rádio Band News, uma irmã de Wellington, identificada como Roselane, afirmou que ele tinha relações com o islamismo e que pouco saía de casa nos últimos oito meses, a partir de quando foi morar sozinho.

O presidente da União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil, Jamel El Bacha, negou ainda nesta quinta, que o atirador tivesse vínculos com a representação e a religião muçulmana. Em nota oficial, a entidade condenou o crime e chamou o ato de “insano e inexplicável”.

Citando o livro sagrado do islamismo, o Alcorão, o presidente afirmou que a os “princípios do Islã” pregam a conduta pacífica de seus adeptos e exigem dos seguidores uma “postura absolutamente diversa à que algumas pessoas querem de forma precipitada atribuir à religião e a seus adeptos”.